O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lançou uma nova campanha na TV na qual expõe a megaoperação da Polícia Federal (PF) contra um esquema bilionário de lavagem de dinheiro que liga o Primeiro Comando da Capital (PCC) a fundos de investimento da Faria Lima, centro financeiro do país.
A peça publicitária destaca a investigação sobre “quem está no topo” do crime organizado, amplificando a aposta do governo em um discurso contra privilégios e crimes cometidos pela elite do país. Em um outro vídeo recente, o governo defendeu a proposta de isenção do IR para quem ganha até R$ 5 mil por meio da taxação de superricos.
As operações da PF citadas na campanha do governo federal foram realizadas no fim de agosto e cumpriram mandados de prisão contra empresários do setor de combustíveis suspeitos de fraude, sonegação e lavagem de dinheiro, e mandados de busca e apreensão em fundos de investimentos, corretoras e outras empresas ligadas ao mercado financeiros na Avenida Brigadeiro Faria Lima.
“O governo do Brasil fez a maior operação da história contra o crime organizado e o crime organizado não tem esse nome por acaso. Ele atua em rede e controla até empresas, de postos de gasolina a prédios elegantes. Mas o governo do Brasil enfrentou com coragem, atingiu o coração financeiro do crime e a justiça, dessa vez, vai chegar até em quem está no topo. Governo do Brasil contra o crime organizado, do lado do povo brasileiro”, diz a propaganda.
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Disputa por holofotes
As duas operações da PF que focavam crimes da Faria Lima ocorreram simultâneamente com uma do Ministério Público de São Paulo (MPSP) no fim de agosto, batizada de Carbono Oculto. As ações geraram uma disputa entre os governos Lula e Tarcísio de Freitas (Republicanos) para capitalizar as operações — o governador de São Paulo é apontado como possível rival do petista em 2026.
No governo federal, além do ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, a quem a Polícia Federal (PF) está subordinada, os anúncios das operações Quasar e Tank, da PF, contaram com a participação do ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), cotado para disputar o governo paulista ou o Senado pelo estado.
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Megaoperação cumpre mandados contra esquema em postos de combustíveis e fintechs controlados pelo PCC
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Megaoperação cumpre mandados contra esquema em postos de combustíveis e fintechs controlados pelo PCC
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Operação Carbono Oculto
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Operação Carbono Oculto
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Cerca de 1 mil postos movimentaram R$ 52 bilhões entre 2020 e 2024
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A megaoperação descobriu que pelo menos 40 fundos de investimentos foram utilizados como estruturas para ocultação de patrimônio
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São cumpridos cerca de 350 mandados de busca e apreensão a pessoas físicas e jurídicas em oito estados pelo país
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Operações financeiras por meio de fintechs dificultavam o rastreamento dos valores que eram transacionados
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Foram sonegados mais de R$ 7,6 bilhões em impostos, segundo a megaoperação
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Proprietários dos postos de combustíveis venderam seus estabelecimentos ao grupo criminoso e eram ameaçados de morte caso fizessem alguma cobrança
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Há indícios de que lojas de conveniência e padarias também parcipavam do esquema
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Já pelo governo Tarcísio, participaram da coletiva na sede do MPSP os secretários Samuel Kinoshita (Fazenda) e Guilherme Derrite (Segurança) — recém-filiado ao PP, Derrite também é cotado para concorrer a uma das duas cadeiras de senador no pleito de 2026 e citado até como possível candidato ao governo paulista caso Tarcísio realmente concorra à Presidência.