O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que piadas e memes “fazem parte do jogo” na política. A fala acontece na esteira de um bate-boca na câmara dos deputados após o ministro ser chamado de “Taxad” durante audiência na última quarta-feira (24/9).
Em participação no Podcast Três Irmãos neste sábado (27/9), Haddad foi questionado sobre como lida com apelidos e provocações. Em resposta, ele afirmou que conhece os ambientes de debate e que trata as pessoas com o mesmo respeito que recebe.
“Os caras fazem graça, eu também faço […] O cara me tira para dançar, eu danço conforme a música que está tocando. O deputado estava me criticando porque eu taxei casas de aposta, bancos. Coisas tão fora da casinha. Acho que não faltei com educação”, disse o ministro em referência ao ocorrido.
Haddad ainda afirmou que muitos congressistas participam de audiências apenas para criar cortes para redes sociais, mas avaliou que a sociedade está aprendendo a lidar com os desafios do mundo digital. “Sou muito analógico, gosto de ler livros, não dava importância para redes sociais. Hoje eu entro para entender o que está acontecendo, tenho que sacar o que as pessoas estão pensando.
Apelido e bate-boca
Fernando Haddad foi atacado enquanto participava de audiência pública na Comissão de Agricultura na Câmara dos Deputados para prestar esclarecimentos sobre o plano safra e as medidas de socorro ao Rio Grande do Sul.
Na ocasião, o deputado federal Delegado Caveira (PL-PA) afirmou que o ministro tem sido chamado de “taxad” em decorrência do aumento de impostos promovidos no governo Lula. Além disso, ele chamou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de “descondenado”. Ao ser interrompido por seus pares, o deputado pediu que “calassem a boca”.
Veja o vídeo:
Em resposta, Haddad afirmou que o apelido pode ser usado à vontade para falar sobre taxação de bets, super ricos e bancos. O ministro ainda disse que a maior amplitude de carga tributária foi feita no governo de Jair Bolsonaro, quando não houve revisão no Imposto de Renda (IR). “Para isentar quem o Bolsonaro cobrou, isso o senhor pode usar o apelido à vontade”, respondeu.
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Haddad também disse que o deputado apoiou um governo que fez com que o Brasil voltasse ao mapa da fome e que permitiu mais de 700 mil mortes na pandemia de Covid-19, além de afirmar que o Delegado Caveira é culpado por omissão.
Na mesma comissão, a deputada federal Julia Zanatta (PL-SC) afirmou que o ministro só pensa em aumentar impostos e que ele não deve ter tempo de conversar com a própria esposa, ao que Haddad pediu que o seu casamento não fosse envolvido no debate.
Lula candidato em 2026
Também durante participação no podcast, Haddad afirmou que o presidente Lula concorrerá à reeleição em 2026. “Ele é candidato a presidente, sim.”
Haddad também foi questionado sobre a possibilidade de ele próprio voltar a disputar a presidência em 2030, após ter sido derrotado por Jair Bolsonaro (PL) em 2018. O ministro respondeu que, até lá, “muita coisa pode acontecer”.
“Candidatura à presidência não pode ser um projeto de uma única pessoa. ‘Eu vou ser’. Não faz sentido isso”, disse. Sobre a derrota para Bolsonaro, Haddad afirmou que não esperava ser candidato em 2018 e que, depois da inelegibilidade de Lula, outras pessoas estavam mais bem posicionadas. “Mas não entrei na disputa para fazer figuração, entrei para ganhar.”
O ministro afirmou que a vitória em uma eleição depende de diversos fatores e oportunidades únicas. “Você faz planos para ser prefeito, para ser ministro. Mas para ser presidente, quase que o destino precisa te catapultar para essa posição.”