A influenciadora Maria Karollyny Campos Ferreira (foto em destaque), conhecida como Karol Digital, presa em 22 de agosto por envolvimento em um esquema milionário de exploração de jogos de azar, lavagem de dinheiro e associação criminosa, se vangloriava de ter uma equipe composta por “70 blogueiros” para divulgar as plataformas ilícitas.
Com mais de 1,5 milhão de seguidores, ela teria movimentado R$ 217 milhões entre 2019 e outubro de 2024. O dinheiro, segundo a polícia, é oriundo da engrenagem criminosa.
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O inquérito policial da Polícia Civil do Estado do Tocantins (PCTO) revela que Karol Digital enganava seus seguidores ao afirmar, reiteradas vezes, que não tinha contratos com as plataformas de bets e que os ganhos expostos eram provenientes apenas das apostas que fazia.
Capturas de tela anexadas ao inquérito revelam que Karol negociava com diversas casas de apostas. Em certa ocasião, ela afirmou que tinha uma equipe de blogueiros para ajudá-la na divulgação do Tigrinho.
“Eu contrato blogueiras para divulgar para mim e conseguir capturar mais jogadores. Então esse valor de R$ 30 mil não é exclusivamente só para mim, eu invisto uma parte dele para capturar mais pessoas (sic)”, escreveu Karol em uma das negociações.
Ostentação
Antes de ser presa, Karol Digital costumava ostentar uma vida de luxo nas redes sociais. Ela tinha sete veículos sofisticados em seu nome. Os automóveis apreendidos são avaliados em cerca de R$ 5.528.000.
Entre os veículos apreendidos pela Polícia Civil há um Porsche avaliado em R$ 979 mil, uma RAM 3500 de valor estimado em R$ 475 mil e uma McLaren, modelo Artura, que custa cerca de R$ 3,1 milhões.
A influenciadora fazia questão de exibir os luxos na internet. Segundo os investigadores, ela costumava postar sobre “ganhos” justamente com a intenção de enganar seguidores, mostrando resultados de plataformas diferentes das que ela era paga para promover.
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Ex-presidiária
Antes da fama, Karol já tinha um histórico criminal. Presa em 2015 por roubos em Araguaína, ela fez um acordo na Justiça para evitar a prisão temporária: escrever cartas de perdão, confeccionar sandálias para seis vítimas e dar aulas de taekwondo a adolescentes infratores.
Ela descumpriu o acordo e foi presa novamente em 2016. Condenada a nove anos e nove meses por roubo e porte ilegal de arma, cumpriu parte da pena em regime fechado e passou ao semiaberto em 2017.
Agora, a influencer e o namorado, Dhemerson Rezende Costa, estão presos preventivamente e responderão por associação criminosa, lavagem de dinheiro, crime contra a economia popular e exploração de jogos de azar.