A influenciadora digital Maria Karollyny Campos Ferreira, conhecida como Karol Digital, foi presa preventivamente em Araguaína (TO) ao lado do namorado, Dhemerson Rezende. Segundo a Polícia Civil, ela é acusada de exploração ilegal de jogos de azar, associação criminosa, lavagem de dinheiro, crime contra a economia popular, corrupção passiva e tráfico de influência.
De acordo com a investigação, Karol simulava ganhos em apostas para atrair seguidores a plataformas de jogos. O delegado Wanderson Queiroz explicou que os supostos prêmios exibidos nos vídeos eram, na verdade, pagamentos recebidos por contrato com as empresas.
Os investigadores descobriram que ela movimentou R$ 217 milhões em cinco anos, de 2019 a 2024.
Quem é Karol Digital
Karol ficou conhecida nas redes sociais por exibir uma vida de luxo. Ela ostentava roupas de grife, mansões, fazendas, um haras, barcos e uma coleção de carros esportivos, incluindo uma McLaren de mais de R$ 3 milhões. O perfil acumula mais de 1,5 milhão de seguidores e, em sua última publicação, ela mostrou um barco personalizado nas cores rosa, cinza e preto.
A investigação começou após denúncia ao Ministério Público do Tocantins em 2023, quando Karol comprou uma mansão de R$ 4 milhões à vista, em uma única transferência via PIX.
Nos anos seguintes, segundo a polícia, as aquisições milionárias se repetiram, incluindo imóveis de R$ 10 milhões e a realização de um reality show transmitido pela internet em sua própria casa.
A influenciadora tem uma longa ficha criminal. Em 2015, foi alvo da Polícia Federal por fraude no seguro-desemprego e chegou a ser presa duas vezes em dois anos por roubo à mão armada, cumprindo parte da pena em prisão domiciliar com tornozeleira eletrônica.
Após deixar a prisão, chegou a dar entrevistas como exemplo de reabilitação, mas pouco tempo depois criou canais para divulgar apostas, tornando-se milionária em menos de dez anos.
Na semana passada, a Justiça bloqueou todo o patrimônio de Karol Digital, incluindo contas bancárias. A defesa dela afirma que a investigação é ilegal e que vai recorrer ao Supremo Tribunal Federal. Se for condenada, a influenciadora pode pegar mais de dez anos de prisão.