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Investigado por vínculo com PCC posou para fotos com Kassab e Valdemar

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Investigado por vínculo com PCC posou para fotos com Kassab e Valdemar

Um empresário investigado por suspeita de ligação com a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), Gabriel Cepeda Gonçalves, posou para fotos com alguns dos principais políticos do país: o presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, e o do PSD, Gilberto Kassab.

Gabriel é um dos donos da rede de combustíveis Boxter e foi alvo de busca e apreensão na operação Carbono Oculto, deflagrada pela Polícia Federal no fim de agosto.

Segundo a PF, a família Cepeda e a Rede Boxter mantêm relação com o PCC. O grupo é investigado desde 2020, quando a corporação deflagrou a operação Rei do Crime. Na ocasião, foram presos o pai de Gabriel, Natalício Pereira Gonçalves Filho, e seu irmão, Renan Cepeda Gonçalves.

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Tanto na foto com Valdemar quanto na registrada com Kassab, Gabriel Cepeda aparece acompanhado de um amigo: o atleta de MMA e influenciador digital Matheus Serafim. À coluna, Serafim disse que foi ele quem levou Cepeda ao evento no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista, onde estava Kassab.

Além de atleta, Serafim é assessor comissionado na liderança do Republicanos na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), desde maio deste ano. No Instagram, onde reúne mais de 400 mil seguidores, se apresenta como pré-candidato a deputado estadual pelo PSD em 2026. Apesar da proximidade com Cepeda, ele próprio não é investigado na Carbono Oculto.

“Estava tendo um evento no Palácio (dos Bandeirantes), com vários políticos. Eu fui em busca de recursos para o esporte. Na ocasião, o Gabriel estava comigo. O Kassab é uma pessoa pública, respeitada no meio político, e que eu admiro muito. Encontramos ele pelo corredor e eu pedi para tirar uma foto. Foi isso”, disse Serafim. O encontro ocorreu em 11 de agosto, cerca de duas semanas antes da deflagração da Carbono Oculto.

Procurado, Kassab afirmou que não conhece Gabriel Cepeda, apenas Serafim.

“Matheus Serafim, que é assessor parlamentar da Alesp, esteve com o secretário para se inteirar sobre investimentos e eventos na área esportiva. O secretário o conheceu recentemente, quando ele se filiou ao PSD para postular uma candidatura a deputado estadual nas convenções do ano que vem. Kassab desconhece quem o acompanhava”, disse a assessoria do atual secretário de Relações Institucionais do governo Tarcísio de Freitas (Republicanos).

No caso de Valdemar da Costa Neto, houve dois encontros, em 11 e 18 de agosto deste ano – apenas dez dias antes da operação da PF. “Começando a semana tomando um café com os amigos Gabriel Cepeda e Valdemar da Costa Neto. Grandes amigos e parceiros”, escreveu Serafim na legenda da foto do dia 18.

As publicações foram removidas por Serafim.

“Começando a semana em reunião com presidente nacional do PL, Valdemar, e meu grande amigo empresário Gabriel Cepeda”, publicou Serafim sobre a foto do dia 11. À coluna, ele disse não se lembrar do motivo do encontro. Em outra postagem, de 4 de agosto, aparece com Cepeda em um helicóptero: “Grande irmão Gabriel Cepeda, lado a lado sempre… tmj”.

A assessoria de Valdemar da Costa Neto disse à coluna que o presidente do PL não conhece Gabriel Cepeda e que ele foi levado ao partido por Matheus Serafim.

Segundo relatório do Ministério Público de São Paulo (MPSP) que embasou a operação Carbono Oculto, Gabriel Cepeda é dono de 23 postos de gasolina da rede Boxter.

Ele usaria um “laranja” para ocultar a propriedade dos postos. “Havia sinais claros de simulação e fraude, pois Gabriel Cepeda não declarou a venda das quotas para Luiz Felipe, nem todos os postos de combustíveis”, diz um trecho.

“A Rede Boxter e a família Cepeda Gonçalves foram investigadas e presas na Operação Rei do Crime (2020) por crimes de organização criminosa e lavagem de capitais, com suspeita de relação com o Primeiro Comando da Capital (PCC)”, aponta outro trecho do relatório.

“Segundo se apurou, a rede de postos de combustíveis de propriedade da família Cepeda seria utilizada para a lavagem de valores oriundos do tráfico de drogas”, afirma a PF em outro documento.

A coluna não conseguiu contato com Gabriel Cepeda ou sua defesa. O espaço segue aberto.

Empresário investigado por vínculo com PCC doou para Marçal

Este não é o único elo de Gabriel Cepeda com a política. Como mostrou o Metrópoles, ele doou R$ 10 mil para a campanha de Pablo Marçal (PRTB) à Prefeitura de São Paulo em 2024. O empresário e influenciador ficou em terceiro lugar no pleito, vencido pelo prefeito Ricardo Nunes (MDB).

Além da doação para Marçal, Gabriel também destinou R$ 9 mil ao diretório do Republicanos de Guarulhos, na Grande São Paulo. O valor foi repassado ao deputado estadual Jorge Wilson.

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