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Israel anuncia fechamento da única saída da Cisjordânia ocupada

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Israel anuncia fechamento da única saída da Cisjordânia ocupada

As autoridades palestinas e jordanianas indicaram que Israel fechará, a partir de quarta-feira (24/9), o principal ponto de passagem na fronteira entre a Cisjordânia e a Jordânia. Allenby é a única via internacional pela qual os moradores da margem ocidental podem transitar sem passar diretamente por território israelense. O anúncio representa um duro golpe para os palestinos da região, que já enfrentam crescentes restrições de circulação e isolamento territorial.

Em entrevista à RFI, o trabalhador humanitário Eyad Amawi destacou o impacto imediato da medida sobre a assistência internacional: “É uma má notícia. O fechamento do posto de passagem Allenby significa que as missões de assistência médica não poderão passar. O mesmo vale para os caminhões que chegam da Jordânia em direção a Gaza e para outros transportes que não poderão passar por esse posto fronteiriço.”

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Amawi lembra que, com Allenby fechado, restam apenas os postos de Karam Abou Salem e Kissufim — muitas vezes restritos ao tráfego de caminhões e sujeitos a controle militar israelense. “Ninguém sabe qual será a próxima medida punitiva que eles tomarão. Após o reconhecimento do Estado da Palestina por diversos países, inclusive a França, na Assembleia Geral da ONU, eles decidiram aumentar o grau de sofrimento”, afirmou.

O fechamento ocorre poucos dias após o ataque de um caminhoneiro jordaniano que, ao transportar ajuda humanitária para Gaza, abriu fogo contra soldados israelenses no lado israelense da ponte Allenby, matando dois militares. Desde então, o Exército israelense solicitou à Jordânia a suspensão do envio de ajuda à Faixa de Gaza, já devastada por quase dois anos de guerra.

Israel não confirma oficialmente o fechamento

O governo israelense ainda não confirmou oficialmente o fechamento, mas autoridades palestinas e jordanianas afirmam que a decisão foi comunicada por canais diplomáticos. A medida afeta tanto o trânsito de pessoas quanto o de mercadorias, ampliando o isolamento da Cisjordânia, já fragmentada por postos de controle e cercas militares.

Em meio à escalada da violência e à ofensiva israelense sobre Gaza, o anúncio coincide com uma onda de reconhecimentos diplomáticos do Estado da Palestina por países como França, Espanha e Irlanda. Em Ramallah, palestinos se reuniram para celebrar o gesto, embora muitos expressem frustração com sua natureza simbólica diante da realidade no território.

“Não queremos palavras, queremos ações”, disse Roula Ghaneb, professora universitária que segurava a foto de seu filho Yazan, preso há oito meses. Já Jamila Abdoul, moradora de Bir Nabala, foi direta: “A Palestina está sendo exterminada em Gaza e na Cisjordânia de várias formas. Se querem reconhecer algo, que reconheçam o genocídio que está acontecendo agora.”

Leia mais em RFI, parceira do Metrópoles.

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