Portal Estado do Acre Notícias

Juíza responsabiliza estado de SP por morte de morador de rua pela PM

juiza-responsabiliza-estado-de-sp-por-morte-de-morador-de-rua-pela-pm

Juíza responsabiliza estado de SP por morte de morador de rua pela PM

A Justiça de São Paulo responsabilizou o governo estadual pela morte de Jefferson de Sousa Santos, homem em situação de rua que, mesmo rendido, foi assassinado a tiros por dois agentes da Polícia Militar (PM), no dia 13 de junho, durante uma ocorrência sob o Viaduto 25 de Março, no centro de São Paulo.

A decisão, assinada na última sexta-feira (29/8) pela juíza Renata Yuri Takahara Koga, da 11ª Vara da Fazenda Pública, determinou que o estado de São Paulo providencie ou pague o translado do corpo de Jefferson ao município de Craíbas, em Alagoas, cidade natal da vítima.

Para justificar sua decisão, a magistrada afirmou que “há elementos suficientes para a configuração da suposta responsabilidade civil estatal — ação de um agente público, dano e nexo causal entre eles –, a ensejar o dever de reparar o dano.

PMs vão responder por homicídio qualificado

Na decisão, a juíza não excluiu a responsabilidade dos policiais militares envolvidos na ocorrência e citou que os agentes foram denunciados pelo Ministério Público estadual (MPSP) pela prática de homicídio qualificado.

A denúncia ainda cita dois qualificadores do crime como motivo torpe e a impossibilidade de defesa da vítima. A Justiça aceitou a denúncia da promotoria.

Versão da PM

Segundo o registro oficial da ocorrência, obtido pelo Metrópoles, o indivíduo foi abordado “em atitude suspeita” na região central da capital. O histórico aponta que, durante a ação policial, o suspeito resistiu, tentou retirar a arma de um dos policiais e por isso eles teriam efetuado disparos de arma de fogo contra ele.

Ao contrário do que disse a corporação, o Metrópoles teve acesso às imagens da câmera corporal de um dos agentes envolvidos na abordagem (veja abaixo). Além disso, apurou com um dos presentes na ocorrência que o homem baleado não estava armado, não reagiu e nem tentou retirar a arma de um dos agentes. Apesar disso, a vítima levou três tiros de fuzil, um que atingiu a cabeça e outros dois na região do tórax.

Leia também

A denúncia do MPSP, assinada pelo promotor Enzo Boncompagni e aceita pela juíza Luciana Scorza, cita que “os réus realizavam patrulhamento de rotina quando resolveram abordar o homem após vê-lo descendo de uma árvore. Eles constataram que a vítima não portava documentos e a levaram para trás de um pilar sob o viaduto. Lá, um dos policiais executou o homem com três tiros de fuzil, apesar de ele estar rendido e subjugado”.

Veja:

Segundo Boncompagni, o outro policial que participou da execução “aderiu ao propósito homicida de seu colega de farda e colocou a mão sobre a lente da câmera corporal no momento dos disparos para obstruir o registro da execução”.

Leia também

Por meio de nota, a Polícia Militar repudiou veemente a conduta dos policiais. “A Polícia Militar é uma instituição legalista e jamais compactuará com qualquer tipo de excesso ou desvio de conduta por parte de seus integrantes”, afirmou.

Morador de rua estava rendido quando foi morto por PMs

 

Sair da versão mobile