A Justiça Militar mandou soltar, nesta quarta-feira (10/9), três policiais militares acusados de envolvimento na escolta de Vinícius Gritzbach, delator do Primeiro Comando da Capital (PCC) morto a tiros no ano passado. A determinação acontece após a revogação da prisão preventiva dos três.
São eles o tenente Thiago Maschion Angelim, o soldado Abraão Pereira Santana e o soldado Julio Cesar Scalett Barbini. A decisão foi tomada por maioria dos votos na 1ª Auditoria da Justiça Militar, que ouviu cinco das oito testemunhas de acusação, duas delas sob proteção, nesta quarta.
O processo é relacionado aos 15 PMs acusados de falsidade ideológica e organização criminosa por atuarem na escolta pessoal de Gritzbach.
Tenente Fernando Genauro da Silva
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Suspeitos de atirar e dirigir carro usados para executar Vinícius Gritzbach
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Tenente Fernando Genauro da Silva
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Gritzbach foi assassinado em 8 de novembro do ano passado no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo
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A investigação, que mira na atuação das fintechs 2GO Bank e Invbank, foi iniciada a partir da delação de Vinicius Gritzbach
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Dênis Antonio Martins, o PM da ativa apontado como assassino de Gritzbach
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Arte de Michael Melo sobre foto de reprodução
PM da ativa que executou Gritzbach a mando do PCC é preso
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8 de novembro – O empresário Antônio Vinicius Gritzbach é assassinado a tiros no Aeroporto de Guarulhos. A autoria do crime seria do PCC
Polícia Civil/Divulgação
Antônio Vinicius Lopes Gritzbach
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Delator do PCC, Vinícius Gritzbach foi executado no Aeroporto de Guarulhos
Reprodução/SBT
O delator do PCC Vinícius Gritzbach deixa o aeroporto ao lado da namorada, Maria Helena Paiva
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O delator do PCC Vinícius Gritzbach deixa o aeroporto de SP ao lado da namorada, Maria Helena Paiva
Reprodução/TV Record
Vinicíus Gritzbach, delator do PCC
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Outros três PMs se tornaram réus por envolvimento direto no assassinato do delator do PCC: o cabo Dênis Antônio Martins; o soldado Ruan Silva Rodrigues, apontados como assassinos de Gritzbach; e o tenente Fernando Genauro da Silva, motorista do carro usado na fuga dos matadores.
Dias antes de morrer, Gritzbach havia feito delações premiadas ao Ministério Público de São Paulo (MPSP) e à Corregedoria da Polícia Civil, nas quais denunciou a relação de agentes públicos com o PCC, além de apontar criminosos envolvidos com a lavagem de dinheiro da facção.
Até o momento, 26 foram presos, dos quais 17 são policiais militares, cinco policiais civis — presos na Operação Tacitus, da PF, por suspeita de elo com o PCC, lavagem de dinheiro e corrupção ativa e passiva — e quatro pessoas relacionadas a Kauê do Amaral Coelho, apontado como o olheiro que avisou os assassinos sobre a chegada de Gritzbach no aeroporto.
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Execução de Gritzbach
- Vinícius Gritzbach foi executado no dia 8 de novembro no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos. Ele estava voltando de uma viagem que fez para Maceió, em Alagoas.
- Em depoimento, a namorada do executado, Maria Helena Paiva Antunes, afirmou que ouviu o companheiro no telefone no dia 5 e 6 de novembro falando com uma pessoa que lhe devia dinheiro. “Posteriormente, ele determinou que [o policial militar] Samuel [Tillvitz da Luz] e [o motorista] Danilo [Lima Silva] fossem a Maceió buscar algumas joias que seriam parte do pagamento dessa dívida.”
- No dia da execução, quando Gritzbach passava pela área de desembarque um carro parou no local, dois homens encapuzados desceram do veículo vestindo colete à prova de balas e portando fuzis.
- Assim que o alvo se aproximou, os dois começaram a atirar. Foram 29 disparos; 10 atingiram Gritzbach, que morreu no local. Pelo menos um dos disparos acertou o rosto do delator.
- Além dele, um motorista clandestino do aeroporto foi morto e outras duas pessoas foram feridas pelos disparos.