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    Kremlin responde Trump: “A Rússia é um urso, não ‘tigre de papel’”

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    O governo da Rússia reagiu, nesta quarta-feira (24/9), às declarações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que havia classificado o Kremlin como “tigre de papel”. A fala do republicano ocorreu após encontro com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, em Nova York. O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, ironizou a comparação feita pelo líder norte-americano.

    “A Rússia não é um tigre. A Rússia é mais frequentemente associada a um urso. Não existem ‘ursos de papel’, e a Rússia é um urso de verdade”, afirmou Peskov em entrevista ao jornal econômico russo RBK.

    Nessa terça-feira (23/9), Trump defendeu que Kiev tem condições de recuperar todos os seus territórios se contar com apoio contínuo da União Europeia e da Otan. Ele afirmou que Moscou enfrenta “grandes problemas econômicos”, e descreveu o momento atual como a oportunidade ideal para a Ucrânia agir.

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    Segundo o presidente norte-americano, restaurar as fronteiras de 1991 é viável, incluindo regiões ocupadas antes mesmo da guerra de 2022, como a Crimeia.

    “A Rússia vem lutando sem rumo há três anos e meio, uma guerra que deveria ter levado menos de uma semana para ser vencida por uma potência militar real. Isso não distingue a Rússia. Na verdade, está fazendo com que pareçam ‘um tigre de papel’”, escreveu Trump na rede Truth Social.

    Resposta do Kremlin

    Em tom de deboche, Peskov rejeitou a avaliação de que a Rússia esteja fragilizada. O porta-voz reconheceu que o país enfrenta “problemas agravados pelas sanções sem precedentes”, mas destacou que a economia russa se adaptou e tem garantido fornecimento de equipamentos militares.

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    Putin e Trump no Alasca em agosto de 2025

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    Encontro entre Putin e Trump

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    Putin e Trump se cumprimentam

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    Trump e Putin

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    Trump e Putin

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    Ele também sugeriu que Trump, como empresário, tenta forçar aliados a comprar petróleo e gás norte-americanos. Ainda assim, ressaltou que o presidente Vladimir Putin “valoriza muito” os esforços do republicano em se apresentar como mediador.

    “As negociações entre Rússia e Estados Unidos avançam lentamente, porque Washington vincula o restabelecimento das relações ao desfecho da guerra na Ucrânia”, ressaltou Peskov.

    Impasses recorrentes

    Governo russo reforçou que segue aberto a uma solução pacífica, mas alertou que a dinâmica militar favorece Moscou. “Para aqueles que não querem negociar hoje, sua posição será muito pior amanhã ou depois de amanhã”, declarou o porta-voz.

    Desde 2022, a Rússia controla partes de Donetsk, Luhansk, Zaporíjia e Kherson, além da Crimeia, anexada em 2014. Kiev insiste na retomada de todos os territórios como condição para um acordo.