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    Lula diz nos EUA que Trump errou ao escolher não conversar com Brasil

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    O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), afirmou, nesta segunda-feira (22/9), em uma entrevista a uma TV dos Estados Unidos, que o presidente norte-americano, Donald Trump, foi quem fez a escolha de não querer dialogar com o Brasil e que isto foi um erro.

    Os dois presidentes têm um histórico de desencontros e falta de diálogo. Trump tem um alinhamento ideológico com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e Lula manifestou ser favorável à vitória da adversária do norte-americano nas eleições de 2024, a democrata Kamala Harris.

    Sem nenhum diálogo, nestes nove meses de mandato do republicano, os dois chefes de Estado já trocaram várias farpas.

    “Nunca conversamos antes por uma escolha dele. Na minha opinião, isso foi um erro. Ele fez uma escolha de construir uma relação com Bolsonaro, e não uma relação com o povo brasileiro”, afirmou Lula ao canal nos EUA PBS News.

    Trump citou a responsabilização de Bolsonaro na Justiça pela tentativa de golpe de Estado, classificada por ele como uma perseguição, como um dos argumentos para impor sanções ao Brasil.

    “Tudo se resolve numa mesa de negociação, não morre ninguém, não destrói uma ponte, não custa nada”, frisou Lula.

    Na entrevista desta segunda, no entanto, Lula defendeu que não há perseguição e que duvida que outro país no mundo garanta tanto quanto o Brasil a “presunção de inocência”.

    No meio da entrevista ao canal norte-americano, Lula comparou a Justiça dos EUA com a do Brasil e acrescentou que o que a invasão do Capitólio, em janeiro de 2021, seria motivo para que Trump fosse levado a julgamento, caso tal situação tivesse acontecido no Brasil.

    “Se ele [Trump] tivesse feito o que fez no Brasil, o que aconteceu no Capitólio, ele também seria julgado, porque a lei brasileira é para todos”, disse Lula.

    Em relação à política interna, Lula disse que se estiver bem de saúde, vai concorrer à reeleição. O presidente aparece bem posicionado nas pesquisas eleitorais, ainda há mais de um ano do pleito.

    “Se eu estiver bem fisicamente e com a mesma mentalidade que tenho hoje, vou concorrer à Presidência porque não permitirei, e nem o povo brasileiro permitirá, que a extrema direita fascista retorne e governe o Brasil novamente”, disse o presidente.

    ONU

    Lula está em Nova York para a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU). Nesta segunda ele fez o discurso de abertura da reunião e abordou outra pauta na qual há contradição entre Brasil e Estados Unidos, aliado histórico de Israel.

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    “O conflito entre Israel e Palestina é símbolo maior dos obstáculos enfrentados pelo multilateralismo. Ele mostra como a tirania do veto sabota a própria razão de ser da ONU, de evitar que atrocidades como as que motivaram sua fundação se repitam”, declarou o presidente.