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    “Lula enfrentaria o Salão Oval, mas Trump não quer”, diz especialista

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    Em participação no programa Noblat Blá Blá, o professor de relações internacionais José Luiz Niemeyer, discorreu sobre a atuação do presidente Lula na ONU, o “tarifaço” imposto por Donald Trump e os complexos desafios da soberania no cenário internacional.

    A conversa, que também abordou temas de política interna como a PEC da Blindagem, revelou a visão do especialista sobre os bastidores da diplomacia e a popularidade do presidente brasileiro.

    Niemeyer avalia o discurso de Lula como “um bom discurso”, apesar de ter se estendido sobre política interna no início. Ele ressaltou que, no final, o presidente abordou temas relevantes como soberania, meio ambiente e a questão Palestina.

    O especialista considerou que o discurso foi positivo não apenas para o presidente, mas também para o Estado brasileiro e para o sistema internacional de estados.

    A diplomacia, segundo o professor, exige cálculo e, nesse sentido, a atuação de Lula foi vitoriosa. Ele destacou a importância de o Brasil contribuir para aliviar o sistema internacional “que está muito tenso”, e viu na fala do presidente uma contribuição para a cooperação global. Classificou o líder norte-americano como “muito errático” e “alternativo”.

    Niemeyer argumentou que os Estados Unidos não conseguirão se tornar uma economia autárquica e que precisam continuar importando bens e serviços. Ele citou o exemplo do dianteiro do boi, usado para a produção de hambúrguer, do qual os EUA dependem em grande parte do Brasil. A falta desse produto já estaria gerando inflação nos EUA, e o professor acredita que, com o tempo, o país de Trump terá que rever as tarifas.

    Ele defendeu, por fim, que a ONU, embora não seja um local para decisões, é um espaço fundamental para que temas essenciais sejam discutidos, e que a ONU deve conversar sobre o conceito de soberania para evitar que a entropia prevaleça sobre a cooperação no sistema internacional.

    Confira: