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Máfia chinesa: promessa de dinheiro fácil alimenta esquema milionário

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Máfia chinesa: promessa de dinheiro fácil alimenta esquema milionário

Promessas de dinheiro fácil pulverizadas pela internet são, em sua maioria, fraudulentas e movimentam milhões de reais, alimentando esquemas criminosos da máfia chinesa que atua em São Paulo e em diversos estados do Brasil.

É o caso da oferta de valores para tirar uma selfie segurando o próprio RG e de sites que prometem retornos altos em investimentos, muitas vezes feitos via Pix.

No primeiro caso, os aliciados são, geralmente, moradores das periferias de São Paulo. Um dos arranjos investigados pela Polícia Civil, por exemplo, mirava os residentes do Jardim Pantanal, bairro na zona leste da capital que sofreu com fortes enchentes no início do ano.

Os interessados, considerados laranjas pela investigação, eram convidados a um endereço no Brás, na região central da capital paulista, para fazer uma foto segurando o documento de identificação. Por ela, recebiam entre R$ 100 e R$ 150.

Com os dados, os criminosos abriram contas em nome de pessoas físicas em diferentes fintechs. Essas contas eram usadas como destino para o dinheiro obtido em golpes aplicados por meio de sites fraudulentos.

É o caso de um morador de Rosana, no interior de São Paulo, que registrou um boletim de ocorrência por estelionato após perder mais de R$ 30 mil em um desses sites. Com a promessa de receber um retorno rentável do investimento, ele fez transferências via Pix para conta de laranjas.

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Uma das fintechs utilizadas, a Stone, acionou o Ministério Público com uma queixa-crime após identificar ao menos oito contas de pessoas físicas que fizeram movimentações volumosas no período de uma semana.

Uma das contas foi encerrada apenas três dias após ser aberta, depois de receber mais de mil transações bancárias, totalizando movimentação de mais de R$ 200 mil. O montante, em seguida, era enviado a empresas de fachadas – momento em que o dinheiro era lavado.

A partir da denúncia da Stone, a Polícia Civil identificou um esquema complexo e pulverizado de captação e lavagem de dinheiro.

Muitas vítimas e muito dinheiro

Destino do dinheiro

O montante obtido pelo esquema, orquestrado por imigrantes chineses e com participação de brasileiros, era lavado por meio de empresas de fachada, que recebiam transferências das contas dos laranjas. Muitas dessas empresas são lojas do Brás.

Além disso, o grupo mantinha fábricas e depósitos de produtos falsificados, como perfumes e cosméticos. Eles também utilizavam a empresa Uzi Comércio de Armas e Clube de Tiro para lavar dinheiro e adquirir armas de fogo e munições de forma ilegal, como o Metrópoles mostrou no início deste ano na reportagem Tentáculos da Máfia Chinesa.

Um imigrante chinês, envolvidos no esquema, chegou a confidenciar que “queria andar armado e armar pessoas de nacionalidade chinesa”, segundo o depoimento de um sócio do local, que é policial militar.

Algum tempo depois, a Uzi Comércio de Armas e Clube de Tiro investiu R$ 1 milhão na compra de armamento e munição.

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