A Polícia Civil do Rio de Janeiro amanheceu nas ruas nesta terça-feira (15/9) para cumprir a maior ação já registrada no país contra o tráfico de animais silvestres. Batizada de Operação São Francisco, a ação mobilizou mais de mil agentes em diferentes regiões do estado e também em São Paulo e Minas Gerais.
Foram expedidos mais de 40 mandados de prisão e 270 de busca e apreensão. O inquérito, conduzido pela Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA), expôs a atuação de uma das maiores organizações criminosas do país, responsável por alimentar feiras clandestinas e o comércio ilegal de animais ao longo de décadas.
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Estrutura criminosa
Segundo a investigação, ao menos 145 integrantes foram identificados em núcleos especializados: caçadores, atravessadores, falsificadores e até um grupo voltado apenas para a captura e venda de primatas. Macacos eram retirados de áreas de preservação, dopados e negociados em diferentes estados.
Além disso, o esquema incluía a falsificação de anilhas, selos públicos e documentos para dar aparência legal aos animais retirados da natureza.
Outro braço do grupo fornecia armas e munições para garantir a atuação armada dos caçadores. A PF, a PRF, o Ibama, o Inea e o Ministério Público participaram das apurações, que também revelaram ligações do tráfico de animais com facções criminosas do Rio.
Crueldade e consequências
Os animais eram caçados em larga escala, transportados em condições precárias e vendidos em centros urbanos. Muitos morriam no trajeto. Entre os pontos de captura estavam o Parque Nacional da Tijuca e o Horto Florestal.
Para dar suporte à ação, uma base foi montada na Cidade da Polícia, na capital fluminense. Ali, os animais apreendidos recebem cuidados veterinários antes de serem encaminhados a centros de triagem, com o objetivo de reintegração à natureza.