Considerado um dos eventos mais importantes — e esperados — da agenda do audiovisual do Brasil, o Festival de Brasília do Cinema Brasileiro (FBCB) teve início na noite dessa sexta-feira (12/9), no Cine Brasília. A prestigiada abertura da 58ª edição da mostra contou com a presença de autoridades do âmbito da cultura, atores, diretores e entusiastas. Como de costume em mais de 60 anos de história do evento, a sala Vladimir Carvalho ficou lotada, dessa vez, para a estreia local do filme O Agente Secreto, dirigido por Kleber Mendonça Filho.
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Entre as autoridades presentes, estiveram a representante do Ministério da Cultura, a secretária do Audiovisual Joelma Oliveira Gonzaga; o presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Leandro Grass; e o secretário de Cultura e Economia Criativa do DF, Cláudio Abrantes.
Com programação que vai até o próximo sábado (20/9), a 58ª edição do festival visa celebrar a diversidade, a memória e a força do audiovisual brasileiro, ao revelar talentos e aproximar o público. E foi bem isso que a cerimônia de abertura proporcionou: troca de experiências, com direito a homenagens para figuras consagradas.
Além do tradicional letreiro que indicava a realização do 58º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro e o título de O Agente Secreto, a entrada do Cine Brasília ganhou um adereço especial, no caso, o orelhão no tom alaranjado igual ao do pôster do filme, protagonizado por Wagner Moura. O modelo de telefone e a edição especial de um jornal ambientaram o público para a sessão do longa-metragem, deixando todos mais ansiosos para assistir à produção.
Discursos
Antes da exibição do filme, o secretário de Cultura e Economia Criativa do Distrito Federal, Cláudio Abrantes, subiu ao palco para agradecer a presença de todos e enfatizar o legado do FBCB, assim como a representante do Ministério da Cultura, a secretária de Audiovisual, Joelma Oliveira Gonzaga. Em seguida, foi a vez dos diretores da Associação Brasiliense de Cinema e Vídeo (ABCV), Marcelo Toledo e Paula Santiago, anunciarem o homenageado do prêmio da entidade em 2025. O ator Chico Sant’Anna conquistou a relevante condecoração.
“Eu comecei essa história em 1994 não parei mais. Esse ano foram cinco longas-metragens, e é tanta coisa maravilhosa acontecendo. E para combinar com tudo isso, eu recebo esse prêmio e fico me perguntando: ‘será que eu mereço tanto?’”, salientou o ator com a honraria em mãos.
Secretário de Cultura e Economia Criativa do DF, Cláudio Abrantes
Integrantes da equipe de direção, produção e do elenco de O Agente Secreto também discursaram na abertura. A palavra ficou com Kleber Mendonça Filho. Ele detalhou que o filme reflete “o Brasil dos últimos 10 anos.”
Em entrevista à coluna Claudia Meireles, o secretário de Cultura e Economia Criativa do DF, Cláudio Abrantes, comentou que o governo do DF tem um “zelo” com o evento. “É um festival que demonstra resistência e independência”, definiu.
“Para nós, é motivo de muito orgulho chegar ao marco de 60 anos homenageando Fernanda Montenegro, que diga-se de passagem, foi a atriz que ganhou o prêmio de Melhor Atriz na primeira edição do evento. Uma história boa para ser contada. O cinema é para contar histórias e uma muito bonita tem sido escrito aqui. E completando com a honra de ter a exibição do filme O Agente Secreto, com a presença do elenco, o que demonstra o prestígio e o valor que esse festival tem não só para o Distrito Federal, mas para o Brasil inteiro”, frisou o secretário.
À coluna, Kleber Mendonça Filho ressaltou “amar Brasília” e “adorar” o festival. “Faz parte da minha vida”, descreveu.
Em entrevista, o diretor pontuou que o personagem Marcelo em O Agente Secreto é o “melhor papel de Wagner Moura”: “Ele tem grandes papéis. Uma lista bem grande no cinema, teatro e televisão”. Na avaliação dele, o longa-metragem transmite a “lógica do Brasil”. “É um filme sobre a nossa história e sobre a capacidade que [nós, brasileiros] temos de esquecer”, complementou. Ele prosseguiu: “Também há muito amor nesse filme.”
Diretor, produtor, roteirista e crítico do audiovisual brasileiro, Luiz Estevão de Oliveira argumentou ser “impressionante” o FBCB exibir com antecedência “o filme mais aguardado por todos” na capital federal. “É um longa que estreou no mundo em maio, mas só irá passar nas salas comerciais em novembro. A organização do evento merece um elogio muito grande, por conseguir trazer O Agente Secreto para Brasília, e isso mostra também a confiança do diretor como Kleber Mendonça Filho, que começou nesse festival”, acentuou.
Diretora-geral do festival, Sara Rocha alegou ser uma grande responsabilidade e um desafio conseguir abranger o legado histórico e simbólico que constitui o cinema brasileiro ao longo do evento. “É uma grande honra poder ter essa edição este ano com nove dias, com mais de 80 filmes, abraçando todo o DF, com o Cine Brasília sendo um ponto importante, muito pulsante da programação, mas também com filmes em outras regiões administrativas do Distrito Federal”, explicou.
Enquanto o filme era exibido, os entusiastas de cinema que não entraram na sala para conferir O Agente Secreto curtiram o setlist de brasilidades elaborado e tocado pela DJ Biba. Ela faz parte do Sistema Criolina. O comando das picapes foi dividido com outros membros do projeto, como os DJs Pezão e Barata. O Metrópoles tem um espaço exclusivo no Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, no Cine Brasília.
Veja os highlights da cerimônia no vídeo com captação de por Júlia Prado e edição de Ivan Lacombe:
Confira quem prestigiou a abertura do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro pelos cliques da fotógrafa Nina Quintana:
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