Ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid assistiu ao final do julgamento dele, do ex-presidente e de outros seis réus pela trama golpista, na quinta-feira (11/9), ao lado da família.
O militar, segundo apurou a coluna, acompanhou as condenações anunciadas pela Primeira Turma do STF pela televisão ao lado da esposa, de uma das filhas e de seu pai, o general da reserva Mauro Lourena Cid.
Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro
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Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro
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O tenente-coronel Mauro Cid
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O ex-ajudante de ordens de Bolsonaro reuniu os parentes para assistir ao último dia do julgamento em sua casa, um imóvel funcional do Exército localizado na Vila Militar, em Brasília.
Logo que recebeu a decisão do STF de garantir os benefícios de seu acordo de delação premiada, Cid disse a familiares que se sentia “aliviado”. “A ficha nem caiu ainda”, disse o militar, segundo relatos.
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Os bastidores do pedido de aposentadoria de Mauro Cid ao Exército
Ao final do julgamento, os cinco magistrados da Primeira Turma condenaram Cid a apenas dois anos de reclusão em regime aberto, conforme acordado pelo militar ao fechar seu acordo de delação ainda em 2023.
O tempo negociado visa dificultar a expulsão do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro do Exército, por meio da perda de seu posto de tenente-coronel e de sua patente de oficial.
Segundo o Código Penal Militar, “a perda de posto e patente resulta da condenação a pena privativa de liberdade por tempo superior a 2 anos”, após o oficial ser julgado pela Justiça Militar.
Apesar da boa notícia, Cid evitou comemorar o resultado, em razão das condenações mais pesadas aos outros réus, delatados pelo próprio militar. O ex-ajudante de ordens tem consciência que o clima seguirá ruim para ele.
Mauro Cid pede aposentadoria antecipada
No início de agosto de 2025, Mauro Cid protocolou um pedido de aposentadoria antecipada e proporcional do Exército. A solicitação ainda não foi analisada — a palavra final caberá ao comandante da Força.
O pedido de aposentadoria proporcional, contudo, não livra o tenente-coronel de um eventual processo de perda de patente do Exército, o qual pode fazer o militar perder a remuneração na reserva.
O acordo de colaboração premiada de Mauro Cid com a PF foi assinado no segundo semestre de 2023 e homologado pelo ministro do STF Alexandre de Moraes, relator do caso, em setembro daquele ano.