Em participação no programa, o deputado Rogério Correia (PT-MG) expôs os bastidores do Congresso Nacional e a complexa teia de alianças e disputas que marcaram a última semana, especialmente após a votação da PEC da Blindagem. O parlamentar não poupou críticas à articulação política do presidente da Câmara, Hugo Motta, e ao comportamento da extrema direita.
O “Senador Gritinho” e a crise na base bolsonarista
O deputado iniciou a conversa comentando o vídeo mostrado do senador Cleitinho, a quem se referiu pelo apelido “Senador Gritinho”, acusando-o de hipocrisia ao criticar o sistema político do qual faz parte. Segundo Correia, Cleitinho, que é do mesmo partido de Hugo Motta, se posiciona como um opositor do sistema, mas não toma atitudes concretas para mudar a situação, como deixar a legenda. “Ele grita, mas está sempre no meio do que ele reclama e diz que está sujo”, afirmou o deputado.
A “Vitória de Pirro” e o racha no bolsonarismo
Correia classificou a aprovação da urgência da anistia como uma “vitória de Pirro” para os bolsonaristas. Ele revelou que a escolha de Paulinho da Força como relator gerou um racha na base, pois Paulinho já se posicionou contra a anistia e a favor de uma redução de pena. Essa solução, segundo o deputado, não atende aos interesses de Jair Bolsonaro. “Eles querem resolver o problema do Bolsonaro, então já começaram a brigar”, comentou Correia.
A inércia de Hugo Motta
O deputado criticou a postura de Hugo Motta, acusando-o de não ter firmeza para encerrar a pauta da anistia e dar andamento a projetos de interesse popular. Correia argumentou que Motta alimenta o problema ao não enfrentar a extrema direita, citando como exemplo a inércia diante do drible de Eduardo Bolsonaro em liderar a minoria dos Estados Unidos.
A confiança no Senado e o futuro da anistia
Correia demonstrou confiança de que o Senado irá barrar tanto a PEC da Bandidagem quanto a anistia. Ele mencionou a postura do senador Davi Alcolumbre, que, segundo ele, já indicou que não haverá pressa na tramitação dos projetos. Além disso, o deputado ressaltou que a anistia é inconstitucional, conforme afirmou o Supremo Tribunal Federal (STF).
O futuro de Bolsonaro e a dependência do Centrão
O parlamentar afirmou que a prisão de Jair Bolsonaro é inevitável e que a única questão em aberto é se ele cumprirá a pena em casa, por questões de saúde. Correia também analisou a relação de dependência do Centrão com o bolsonarismo, afirmando que “o Centrão não é ninguém sem o bolsonarismo”, e que essa dependência impede que o presidente da Câmara tome atitudes mais firmes.
Os 12 deputados do PT
Por fim, o deputado abordou a votação da PEC da Blindagem, afirmando que o PT foi “enganado” por Hugo Motta, que não cumpriu o acordo de barrar a anistia. Ele também comentou a polêmica do partido, com 12 deputados votando contra a orientação da bancada. “Agora vão ter que se ver tanto com os eleitores quanto com o partido”, concluiu Correia.