A nova rodada de embates sobre a votação de uma anistia ao 8 de Janeiro trouxe mais um capítulo negativo para a imagem do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), avaliam lideranças da Casa.
Na semana passada, Motta não só perdeu parte do protagonismo em relação ao tema para o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), como, ao mesmo tempo, irritou o STF e o governo Lula.
O presidente da Câmara, Hugo Motta
VINÍCIUS SCHMIDT/METRÓPOLES @vinicius.foto
O presidente da Câmara, Hugo Motta
Breno Esaki/Metrópoles
O presidente da Câmara, Hugo Motta
VINÍCIUS SCHMIDT/METRÓPOLES @vinicius.foto
A avaliação de líderes da Câmara é que, apesar da tentativa de Motta, o protagonismo sobre a anistia caiu no colo de Alcolumbre, que se antecipou e avisou que, no Senado, não se vota a anistia bolsonarista.
O presidente do Senado articula com o STF um projeto que reduza as penas de quem participou do 8 de Janeiro, mas mantenha as punições para os mentores do suposto movimento golpista, como Jair Bolsonaro.
Leia também
-
Eduardo Bolsonaro e Paulo Figueiredo adiam viagem à Europa
-
MP da Soberania: presidente de comissão já discutiu sanções com EUA
-
Lula grava pronunciamento do 7 de Setembro com uma novidade
-
A estratégia de bolsonaristas e petistas para o 7 de Setembro
Nesse cenário, sobrará para Motta naprovar a anistia defendida pela bancada bolsonarista na Câmara — um projeto que os próprios líderes admitem, nos bastidores, estar fadado a morrer no Senado ou no STF.
O cenário lembra o motim que tomou as mesas da Câmara e do Senado no início de agosto. Na ocasião, Alcolumbre encerrou a ocupação sem expor sua imagem. Já Motta chegou a ser impedido de sentar em sua cadeira.
No fim, quem resolveu o impasse foi Arthur Lira (PP-AL), responsável pelo acordo com a oposição que jogou, nas cotas de Motta, a pressão para votar a anistia e um PEC que retira poderes do STF sobre os deputados.