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O que a Roda da Lealdade ensina sobre fidelização de clientes

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O que a Roda da Lealdade ensina sobre fidelização de clientes

Confiança sempre foi um ativo valioso nos negócios. Mas em um cenário marcado por transformação digital e consumidores cada vez mais exigentes, apenas ser confiável não basta para conquistar e fidelizar clientes. Tampouco oferecer bons produtos ou serviços.

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Lealdade é uma consequência construída de forma muito mais complexa e humana do que imaginamos.

Uma pesquisa recente, conduzida pela MailChimp em parceria com a Canvas8, explorou os fundamentos científicos da lealdade do cliente com base em neurociência, psicologia comportamental e economia.

O estudo revela que a lealdade não nasce da razão e, sim, da emoção. Ela é uma herança evolutiva: aprendemos a confiar e a cooperar porque isso foi essencial para a sobrevivência da nossa espécie. Ou seja, não é apenas sobre o que oferecemos, mas sobre como fazemos as pessoas se sentirem. A lealdade não se constrói apenas com lógica, ela exige empatia, vínculo e significado.

O estudo em questão apresenta a Roda da Lealdade, uma estrutura baseada em quatro impulsionadores comportamentais: recompensa, memória, emoção e interação social.

Esses pilares ajudam a entender por que algumas marcas se tornam parte da vida das pessoas, enquanto outras são descartadas com facilidade.

Em setores altamente regulados, como o financeiro, os relacionamentos tendem a ser distantes, frios e burocráticos. Reconfigurar esse modelo pode ser uma oportunidade transformadora.

Quando se fala em recompensa, por exemplo, o impacto vai muito além de pontos ou descontos. Outras experiências, como gestos de reconhecimento e trocas de valor, são percebidas como genuínas — e também ativam áreas do cérebro associadas ao prazer e à motivação.

Um atendimento personalizado e eficiente pode gerar mais dopamina do que um benefício financeiro isolado.

A memória também tem papel central nesse processo. Marcas que permanecem na mente do consumidor são aquelas que conseguem unir familiaridade, consistência e facilidade. As pessoas preferem experiências mais fáceis. No ambiente financeiro, reduzir atritos, simplificar jornadas e manter uma comunicação clara são estratégias que geram conforto e confiança.

Pessoas não são leais a produtos, mas ao que esses produtos representam. Quando uma marca faz o cliente se sentir visto, valorizado ou representado, ela estabelece um elo emocional difícil de ser desfeito.

Por fim, há um componente social que não pode ser ignorado. A lealdade também é moldada pelas interações com outras pessoas, queremos saber o que nossos pares estão escolhendo, buscamos aprovação social, pertencimento e identificação.

No mundo financeiro, isso se traduz em comunidades engajadas, recomendações orgânicas e um posicionamento que ressoe com valores coletivos. Marcas que criam espaço para diálogo e estimulam a construção de vínculos sociais tornam-se mais do que fornecedoras de serviços, tornam-se símbolos de uma identidade compartilhada.

É importante lembrar que lealdade verdadeira é diferente de hábito. Para construir lealdade genuína, é preciso ir além das transações e mergulhar na construção de experiências significativas. Isso exige estratégia, sim, mas também sensibilidade e escuta ativa.

Em um setor que historicamente tratou o cliente como um número, há uma oportunidade poderosa de reposicionar o relacionamento como um ativo emocional e humano.

A Roda da Lealdade oferece uma bússola para quem deseja construir marcas mais fortes, memoráveis e admiradas.

Mais do que um modelo, ela propõe um novo olhar: em vez de buscar a próxima conversão, buscar a próxima conexão.

Afinal, no centro de toda relação financeira está sempre uma pessoa – e é nela que o marketing precisa começar.

Betina Wecker é co-fundadora e vice-presidente de Novos Negócios da Appmax.

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