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    O risco para a direita do discurso de que “2026 sem Bolsonaro é golpe”

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    Propagado por bolsonaristas nas manifestações do último 7 de Setembro, o discurso de que “2026 sem Bolsonaro é golpe” embute um risco para a própria direita.

    A narrativa desencoraja uma parte do eleitorado bolsonarista a votar nas eleições do próximo ano, em razão da ausência de Jair Bolsonaro, que está inelegível.

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    Esse cenário tem potencial para prejudicar o candidato escolhido pelo ex-presidente para representar a direita na acirrada disputa contra Lula, que tentará reeleição.

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    Nos últimos pleitos presidenciais, os índices de abstenção nas urnas têm se mantido na média dos 20%, o que é considerado alto para um país onde o voto é obrigatório.

    Com um discurso que desestimula o eleitor bolsonarista a comparecer às urnas, essa abstenção pode aumentar na direita, o que favoreceria a esquerda na disputa.

    O PT, aliás, adotou discurso parecido em 2018, quando o então ex-presidente Lula estava preso e petistas bradavam que “eleição sem Lula era golpe”. E pagou um preço.

    Entre lideranças da ala mais pragmática do PT, a avaliação é de que a narrativa acabou prejudicando Fernando Haddad, que foi derrotado por Bolsonaro nas urnas.

    No segundo turno das eleições de 2018, a abstenção nas urnas no primeiro turno atingiu 20,3%, o maior percentual desde o pleito de 1998, época em que não reeleição.