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Obra de calçadão na República atrasa e comerciantes relatam prejuízos

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Obra de calçadão na República atrasa e comerciantes relatam prejuízos

A obra de requalificação do calçadão da Rua Dom José de Barros, na República, centro de São Paulo, virou motivo de dor de cabeça para os comerciantes que trabalham no endereço. O grupo afirma que a reforma está parada há mais de um mês, enquanto comércios acumulam prejuízos por causa das interdições na rua.

O Metrópoles visitou o endereço nesta semana e não encontrou nenhum funcionário trabalhando nos três canteiros da obra instalados no trecho entre a Rua 24 de Maio e a Avenida São João. Duas máquinas estavam estacionadas na área interditada, e tubulações e fios estavam espalhados pelo chão.

Garrafas vazias, copos descartáveis e embalagens de cigarro jogados nos canteiros também indicavam que não houve avanço recente nos trabalhos de requalificação. Apesar disso, a maior parte da rua continua interditada e os pedestres só conseguem acessar os comércios por um pequeno corredor aberto em um dos lados da via.

O comerciante Raphael Souza de Oliveira, 40, diz que a obra afastou os clientes de seu bar: “Meu faturamento caiu 60%”. Com o aluguel atrasado há dois meses por causa da intervenção, ele cobra que os trabalhos no local sejam retomados logo.

“Eu e todos os outros comerciantes entendemos que isso é uma melhoria para o futuro. O que não pode é ficar 35 dias parado”, diz ele.

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Máquinas estacionadas em canteiro de obras na Rua Dom José de Barros

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Passagem de pedestres ao lado de obra do calçadão

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Obras no calçadão da Rua Dom José de Barros, na República

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Jailson diz que o movimento na lanchonete caiu pela metade desde que começaram obras que interditaram calçadão

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Cabos em canteiro de obras

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Lixo em canteiro de obra na Rua Dom José de Barros

Jessica Bernardo / Metrópoles

Recepcionista de um hotel na Rua Dom José de Barros, Railton Santos, de 21 anos, diz que o estabelecimento também tem sido prejudicado por causa da demora. “Está sendo um transtorno para a gente. Além de reduzir o nosso calçadão, a gente já perdeu bastante hóspede por não gostarem da localidade”, afirma.

O funcionário diz que os trabalhadores da obra costumam passar pouco tempo no local. “Eles trabalham em horários de três horas, quatro horas. Não ficam um período de oito horas.”

O que é o projeto de requalificação dos calçadões

Jailson Santana, de 51 anos,  diz que o movimento na lanchonete que administra caiu pela metade desde que começaram os trabalhos da prefeitura no local. “A obra matou a gente. Se eu vendia 50 almoços, agora tô vendendo 25.”

Outro problema, diz ele, tem sido a piora na segurança da rua. Há alguns dias, Jailson teve a lanchonete furtada durante a madrugada e acredita que os criminosos aproveitaram o canteiro da obra para se esconder dos policiais. A lanchonete fica a menos de 100 metros de uma base da Polícia Militar.

“Levaram tudo, impressora de tirar nota, bebida, peça de contra-filé, queijo…”, afirma. “Tudo por causa disso aí.”

Outro comerciante, que preferiu não se identificar, também contou ao Metrópoles que moradores de um prédio da região foram assaltados ao passar pelo endereço recentemente.

Em nota, a Secretaria da Segurança Pública disse que o furto à lanchonete é investigado pelo 3° DP (Campos Elíseos) e que realiza diligências para o “total esclarecimento dos fatos”. A pasta disse que a segurança na região será reforçada.

“O policiamento na região será reforçado para garantir mais segurança a moradores, comerciantes e frequentadores da área. Nos primeiros sete meses do ano, a área do 3º Distrito Policial, responsável pela rua mencionada, registrou queda de 25,73% nos roubos”, diz a nota.

A secretaria reforçou, ainda, que as vítimas de assaltos devem registrar os boletins de ocorrência para subsidiar as estratégias de atuação das Polícias Civil e Militar.

O Metrópoles perguntou para a Prefeitura de São Paulo qual o prazo para a finalização da obra e por que ela está atrasada.

Em nota, a gestão Nunes disse que as obras na região da República tiveram “seu ritmo reduzido” enquanto esperam a autorização do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) para o início das escavações.

“As equipes seguem mobilizadas, atuando em etapas preparatórias e administrativas, a fim de garantir a continuidade do projeto, conforme o planejamento”, termina a nota.

Já o Iphan disse que as obras de requalificação urbana estão sendo acompanhadas por profissionais de arqueologia contratados pela Prefeitura de São Paulo desde 2022, “em atendimento à exigência de pesquisa arqueológica, com metodologia científica, conforme a Portaria Iphan 07/1988”.

Os resultados dos estudos arqueológicos, segundo o instituto, devem ser apresentados e aprovados pelo órgão.

“No momento, o Iphan aguarda documentação complementar por parte destes profissionais para autorizar a inclusão do novo setor que engloba a região da República no acompanhamento arqueológico. Desta forma, a autarquia reforça que não houve atraso nas análises que cabem ao Instituto”, finaliza a nota.

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