Um oficial de Justiça de São Paulo se recusou a intimar um suspeito porque, segundo ele, havia duas lagartixas na campainha do endereço indicado. Na certidão enviada ao tribunal em 26 de agosto, ele afirmou que, além da presença dos répteis, a campainha estava “muito empoeirada” e que isso comprometia sua atuação “no aspecto da insalubridade”.
O objetivo da diligência seria informar Alan Rodrigues da Silva, suspeito de receptação, sobre a realização de um exame pericial, no dia seguinte, para verificar sua sanidade, no Fórum Criminal da Barra Funda.
“Não intimei Alan Silva porque a campainha do endereço tinha 2 lagartixas; a campainha estava muito empoeirada, comprometendo a minha atuação como oficial de Justiça”, afirmou Ronaldo Yuassa.
Alan Rodrigues da Silva foi acusado de se apropriar de um telefone celular Galaxy A38, que havia sido perdido. Segundo ele, o aparelho foi encontrado na Avenida São João, no centro da capital paulista.
Dois meses depois, ele foi abordado pela Polícia Militar em uma suposta atitude suspeita e disse que não sabia que o celular havia sido furtado. Na época, o caso foi registrado como receptação.
Suspeito sofreu lesão cerebral
Em junho de 2023, Alan sofreu um acidente que resultou em lesão cerebral. Ele passou a não mais se comunicar de forma verbal, nem responder a estímulos visuais ou sensoriais.
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A realização do exame foi solicitada pelo Imesc a pedido do Ministério Público de São Paulo (MPSP). Entre as perguntas que o órgão pretendia responder, estava se o suspeito possui “desenvolvimento mental incompleto ou retardado”, que o impossibilitasse de entender o caráter criminoso do fato que cometeu.
Após o oficial de Justiça informar que o mandado não havia sido cumprido, a promotora determinou uma nova diligência na casa de Alan para a entrega da intimação sobre o exame.