A Polícia Civil do Distrito Federal vai criar um posto de identificação especializado para pessoas atípicas em delegacia. O plano é que seja implementado até o fim deste ano na Delegacia da Criança e do Adolescente II, em Ceilândia.
A ideia é poder ter um lugar com o acolhimento diferenciado para as pessoas atípicas em casos como emissão de documentos. A iniciativa não extingue o atendimento em demais DPs do Distrito Federal, mas permite um local voltado para quem busca algo específico.
“Tem autistas, por exemplo, que se incomodam com uma luz forte. Então o flash câmera pode causar um incômodo, até a luz verde para as digitais também pode incomodar”, disse a diretora do Instituto de Identificação, Vanessa Viegas.
A implantação de posto de identificação voltado para pessoas atípicas faz parte do projeto “Apoio Integrado às Famílias Atípicas: Fortalecendo Pais e Cuidadores e Sensibilizando a Polícia Civil do Distrito Federal”, lançado nesta quarta-feira (17/9).
O projeto tem o objetivo de promover uma cultura institucional mais inclusiva, acessível e empática, voltada ao acolhimento com pessoas atípicas e familiares, sendo os servidores e a população de modo geral.
Evento de lançamento contou ainda com palestras sobre o tema
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Projeto é iniciativa da PCDF
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Delegado-geral destaca papel da PCDF
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Diam lidera projeto que vai capacitar servidores
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Secretário de Pessoas com Deficiência ressalta importância da inclusão
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“É para que ninguém entre em uma delegacia e saia de lá se sentindo menor do que ele entrou”, destacou a diretora da Divisão Integrada de Atendimento à Mulher (Diam), Karen Langkammer. A Diam é a responsável pelo projeto.
“A nossa função é proteger, acolher e um simples tratamento pode ser o diferencial entre ele se sentir protegido ou ele se sentir novamente vulnerabilizado. E é por isso que nasceu então esse projeto, o projeto de apoio integrado às famílias atípicas fortalecendo pais e cuidadores e sensibilizando a polícia civil”, completou.
O delegado-geral da Polícia Civil do DF, José Werick de Carvalho, destacou que a cultura do acolhimento com pessoas atípicas será implementada em todas as delegacias, policlínicas e no Instituto Médico Legal e em todas as dependências da PCDF.
“Essa iniciativa será fortalecida diuturnamente”, destacou Werick. “Queremos toda a corporação ter uma cultura de acessibilidade e de acolhimento das pessoas atípicas”, completou.
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O evento de lançamento contou ainda com o secretário da Pessoa com Deficiência (SEPD) do Distrito Federal, Willian Ferreira da Cunha, que reforçou a importância da iniciativa. “A principal dificuldade para uma acessibilidade completa é a falta de informação”.
Para ele, uma ação que pretende capacitar servidores públicos no atendimento de pessoas atípicas é uma iniciativa que deve ser ampliada. “O processo de inclusão é coletivo”, completou.
O projeto conta com o apoio da Rede Internacional de Proteção à Vítima – Laço Branco Brasil, da Street Cadeirante Companhia de Dança, da Elev.a Vídeos, da BSB Áudio, Som, Luz e Imagem, além do patrocínio do Instituto Nadja Quadros.