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    Petro usa tribuna da ONU para pedir processo criminal contra Trump

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    Durante discurso na 80ª Assembleia Geral da ONU, o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, pediu que um processo criminal seja aberto contra Donald Trump por conta de ataques dos Estados Unidos no Caribe. A declaração do líder colombiano aconteceu nesta terça-feira (23/9).

    Segundo o mandatário da Colômbia, o líder norte-americano deve ser investigado após ordenar operações militares dos EUA nas águas da América Latina. As ações mataram ao menos 14 pessoas, segundo Washington.

    Desde que iniciou um cerco no Caribe, Trump anunciou três ataques contra embarcações na região, como parte dos esforços contra o tráfico internacional de drogas. Até o momento, porém, o governo dos EUA ainda não apresentou provas concretas de que os barcos transportavam drogas.

    Por isso, Petro colocou em xeque a recente política antidrogas dos EUA, que abriu brechas para operações norte-americanas em países terceiros.

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    “A política antidrogas não é feita para deter a cocaína que chega aos Estados Unidos”, disse o presidente da Colômbia durante discurso. “A política antidrogas serve para dominar os povos do Sul como um todo”.

    Na última semana, o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (OHCHR) também criticou os ataques norte-americanos no Caribe. Em um relatório, especialistas classificaram as ações norte-americanas como “execuções extrajudiciais”.

    Atualmente, uma frota de navios de guerra norte-americanos, e caças F-35, estão atuando na região costeira do Caribe. A movimentação militar dos EUA na área surge após uma ofensiva de Trump contra o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro. 

    Contestado internacionalmente, o líder chavista passou a ser acusado de chefiar o cartel de Los Soles, recentemente classificado como organização terrorista por Washington.

    Na prática, a ligação de grupos envolvidos no tráfico internacional de drogas ao terrorismo abriu brechas para que os EUA atuarem militarmente em outros países, sob a justificativa do combate ao terror.