A Polícia Federal (PF) deflagrou, na manhã desta quinta-feira (4/9), a Operação Sibila, para desarticular uma organização criminosa especializada em lavagem de dinheiro e evasão de divisas por meio de criptoativos. São cumpridos cinco mandados de prisão temporária e dez de busca, apreensão, sequestro de valores e bloqueio de bens, em São Paulo.
A ação é um desdobramento da Operação Colossus, deflagrada em janeiro de 2024, quando foi preso o líder de uma rede criminosa, conhecido como “Rei do Cripto“, que movimentou mais de R$ 50 bilhões em criptoativos entre dezembro de 2020 e janeiro de 2024.
O esquema utilizava empresas de fachada e pessoas “laranjas” para realizar a lavagem de dinheiro e a evasão de divisas.
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Entenda a operação inicial, de 2024
- As investigações começaram a partir de relatório de inteligência financeira, com comunicação de movimentações bancárias suspeitas que envolviam a negociação de criptoativos.
- Devido à complexidade e à grandiosidade das operações analisadas, os investigados foram divididos em grupos pelos investigadores.
- O grupo dos arbitradores era responsável pela compra de grandes quantidades ativos virtuais no exterior, em países como Estados Unidos, Cingapura e em Hong Kong, e por vendê-las no Brasil. Para isso, os criminosos enviaram mais de R$ 18 bilhões para o exterior.
- As investigações apontaram que parte da documentação apresentada aos bancos tem indícios de desvio de finalidade. Os dados em questão visavam ocultar a origem nacional dos valores, pois, segundo as apurações, as exchanges norte-americanas não aceitavam a compra de criptoativos com recursos provenientes do Brasil.
- O grupo das exchanges ficava responsável pela compra de ativos virtuais dos arbitradores e pela revenda deles para pessoas físicas e jurídicas, com fortes indícios de envolvimento em ações ilícitas anteriores.
- O terceiro grupo era formado por empresas de fachada que compravam os criptoativos das exchanges para lavar dinheiro.
- Chamou a atenção da PF o fato de, entre os clientes, existirem pessoas mortas, beneficiários de programas assistenciais, idosos com mais de 90 anos, doleiros, contrabandistas e comerciantes de bairros de comércio popular de diversas cidades do país, especialmente do Brás e da 25 de Março, ambos na capital paulista.