Os próximos dias serão intensos para o deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP), definido nesta quinta-feira (18/9) como relator da polêmica e ainda indefinida proposta da anistia a condenados por tentativa de golpe de Estado. Em entrevista ao Metrópoles, o parlamentar afirmou que conversará nas próximas horas com o ex-presidente Michel Temer (MDB), inaugurando uma série de agendas com figuras políticas, algumas externas ao Congresso.
“Temer é experiente, um dos melhores juristas do Brasil. Quero ver o que ele pode colaborar com o texto”, adiantou. Paulinho também confidenciou já ter pedido a interlocutores uma agenda com o governador governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), que nas últimas semanas se tornou um dos principais articuladores da anistia.
De acordo com Paulinho, a ideia é se dedicar até o início da próxima semana a agendas com figuras políticas externas ao Congresso. Nesse sentido, ele passará no Rio de Janeiro (RJ) na próxima segunda-feira (22/9), para conversar com o governador Claudio Castro (PL). No mesmo dia, o deputado vai a Brasília, onde conversará com o líder do governo Lula na Câmara, Odair Cunha (PT-MG). Um diálogo com o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) também está no radar.
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O deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP), relator da anistia
Breno Esaki / Metrópoles2 de 6
O ex-presidente Michel Temer (MDB)
Evandro Macedo/LIDE3 de 6
Tarcísio de Freitas participa da Cerimônia de Abertura do 67° Congresso Estadual de Municípios
Pablo Jacob/Governo do Estado de SP4 de 6
Cláudio Castro
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Senador Rogério Marinho
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Líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante
Reprodução
“Vou falar ainda com muita gente”, garantiu Paulinho da Força. Nesse sentido, ele narrou já ter falado com líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ). Também disse ter conversado ao telefone com o líder da oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN), e com o presidente do PP, o senador Ciro Nogueira (PI).
O diálogo mais importante, porém, talvez tenha sido uma agenda reservada com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre. Atualmente, o chefe do Congresso é visto como o principal entrave à anistia, pois resiste a comprar uma briga com o Supremo Tribunal Federal (STF), que condenou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a 27 anos de prisão por organização criminosa e tentativa de golpe de Estado.
Paulinho da Força tem uma boa relação com o Centrão e com a Suprema Corte, e tende a fazer um relatório sem anistia ou qualquer perdão a Bolsonaro e os aliados mais próximos ao ex-presidente. A ideia do relator é uma redução de pena somente aos condenados pela manifestação de 8 de Janeiro de 2023.
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“Não tem outro caminho, me parece. Estive com Alcolumbre na semana passada, e conversamos bastante sobre isso. O ideal é agradar os dois lados. Acho que sim [há chances de pautar o projeto no Senado] se o caminho for o da redução”, disse o relator.
Cenário difícil para oposição
Paulinho da Força ainda afirmou ao Metrópoles que o projeto do deputado Marcelo Crivella (Republicanos-RJ), que serve como base para o que será votado “não tem condição de ser aplicado”.
“Pelo que já vem sendo conversado, acho que eles [os bolsonaristas] sabem que não dá para passar [a versão ampla]. Tanto que o projeto cuja urgência foi votada não tinha mais o benefício amplo, geral. Mesmo o perdão proposto pelo Crivella, na verdade, foi só uma base para a urgência, ele não tem condição de ser aplicado”, explicou Paulinho da Força.
Apesar disso, o relator afirmou que conversará com os caciques bolsonaristas e que está aberto a contribuições. Ele diz ter conversado com líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ). Também falou ao telefone com o líder da oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN), e com o presidente do PP, o senador Ciro Nogueira (PI). “Vou falar ainda com muita gente”, garantiu.