A escolha do deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP) para a relatoria da anistia na Câmara preocupou tanto integrantes do Palácio do Planalto quanto lideranças da oposição.
No governo, assessores de Lula lembram que, embora Paulinho não seja um “extremista”, a relação dele com o presidente está “estremecida” após o deputado romper politicamente com o petista, no começo de 2025.
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O deputado Paulinho da Força
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Como a coluna mostrou, Paulinho apoiou Lula nas eleições de 2022, mas, no início deste ano, rompeu com o presidente e passou a fazer críticas públicas ao chefe do Palácio do Planalto e ao governo.
Em um vídeo publicado em fevereiro, por exemplo, o relator criticou a decisão de Lula de nomear Alexandre Padilha, então titular da Secretaria de Relações Institucionais, como novo ministro da Saúde.
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A desconfiança da oposição com o relator
Bolsonaristas também receberam com desconfiança a escolha de Paulinho como relator da anistia. Nos bastidores, a oposição teme que a boa relação do deputado com o STF atrapalhe o projeto.
Lideranças da oposição avaliam ainda que, embora tenha rompido com Lula, o relator da anistia escolhido por Hugo Motta (Republicanos-PB) tem posições mais alinhadas com a esquerda.
A desconfiança em relação a Paulinho atingiu até mesmo integrantes da equipe do governador de São Paulo, Tarcísio de Freiras (Republicanos), um dos articuladores da anistia.
“Rompeu… Rompeu… Esse pessoal não rompe assim completamente”, afirmou à coluna, sob reserva, um auxiliar direto de Tarcísio.
Relator vai ser “cuidadoso”
A escolha de Paulinho, por outro lado( agradou o Centrão, grupo do qual o deputado faz parte. Nas palavras de um cacique do PP, o relator é “habilidoso” e vai ser “cuidadoso” no texto da anistia.
Motta, como noticiou a coluna, vem articulando há alguns dias para barrar uma anistia “ampla, geral e irrestrita” e, como alternativa, aprovar um projeto prevendo apenas a redução de penas.