Apesar da promessa do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB) de pautar na quarta-feira (1º/10) o projeto da reforma do Imposto de Renda, integrantes do Palácio do Planalto vão acompanhar de perto o andamento da proposta.
Auxiliares do presidente Lula explicam que, apesar de entenderam que há um clima favorável para aprovação da proposta, o governo não quer ser novamente surpreendido, como ocorreu na derrubada do decreto do IOF.
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Presidente da Cãmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e presidente Lula
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Planalto vê jogo politico em decisão de Motta
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Hugo Motta antecipou a votação do IOF
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ao lado dos presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP)
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Na ocasião, Motta pautar, para surpresa do Planalto, um decreto legislativo para derrubar a alteração das alíquotas do IOF, após ter se reunido com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e discutido um acordo sobre o tema.
Agora, a orientação no Planalto é de atenção total à articulação em torno do tema, aposta de Lula para alavancar sua popularidade e que tem como relator na Câmara o ex-presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL).
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Lira, que segurou o texto na Câmara nas últimas semanas, demonstrou irritação com a iniciativa de Renan Calheiros (MDB-AL), seu principal desafeto estadual, de aprovar uma “reforma paralela” na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado na noite de quarta-feira (24/10).
“O texto da isenção do Imposto de Renda foi elaborado com muito diálogo entre todos, que deixaram suas diferenças de lado para construir um projeto importante para o Brasil. É reprovável que alguns oportunistas queiram fazer politicagem com o projeto de isenção do IR”, disse Lira em suas redes sociais.
Dosimetria ou IR?
Há, além disso, um temor entre os governistas por causa do imbróglio com o “PL da Dosimetria”, substituto do projeto de anistia aos envolvidos na trama golpista e relatado pelo deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP).
Isso porque, em reunião com a bancada do PT na quarta, o relator indicou a insatisfação de outras bancadas com a posição do partido de Lula na PEC da Blindagem. E que a votação do IR poderia estar condicionada a votação da Dosimetria.
Como o Metrópoles mostrou, Hugo Motta (Republicanos-PB) negou que a votação do IR esteja condicionado ao “PL da Dosimetria”. Nesta quinta (25/9), o deputado marcou a data da votação da reforma do imposto para o dia 1º de outubro.