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    Polêmica no RJ: saúde e segurança se enfrentam após ataque a hospital

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    Um cenário de embate político foi formado no Rio de Janeiro (RJ) após o secretário municipal de Saúde do RJ e deputado federal, Daniel Soranz, afirmar que, somente neste ano, as unidades de saúde foram fechadas 516 vezes por questões de segurança pública.

    A declaração foi feita depois de o Hospital Municipal Pedro II ter sido invadido na última quinta-feira (18/9).

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    Após a afirmação, o secretário estadual de Segurança, Victor Santos, acusou Soranz de estar mentindo. “O secretário Soranz está mentindo. Ele é mentiroso. Isso não condiz com a verdade. Não existe esse número de ocorrências. Se apurarmos, há registro de cerca de 20% dessas situações”, declarou.

    Agora, um vídeo em que o secretário municipal de Saúde aparece em uma montagem como o personagem infantil “Pinóquio” — que tem como principal característica o crescimento do nariz ao mentir — está sendo compartilhado nas redes sociais.

    “Mentira tem perna curta, mas quando vem de um secretário, coloca vidas em risco. Mentiroso!”, diz o vídeo.

    Veja:

    Em resposta, Soranz também publicou um vídeo, argumentando que sua afirmação está embasada em documentos oficiais.

    “Todos acompanharam a situação gravíssima que aconteceu hoje no Hospital Pedro II. Mais de 500 vezes, só este ano, as unidades foram obrigadas a fechar por falta de segurança pública, e vai ser publicada no site da secretaria as datas e as horas que as unidades foram obrigadas a fechar por conflitos armados”, rebateu em vídeo publicado em seu perfil nas redes sociais.

    “Mais grave do que isso é o secretário de Segurança tentar intimidar a secretaria de Saúde”, completou Soranz.

    Veja:

    A coluna procurou as pastas para verificar quais são os posicionamentos oficiais diante dos embates. Nenhum retorno havia sido dado até a publicação desta matéria, o espaço segue aberto para ambas as secretarias.

    O ataque

    Na madrugada de quinta-feira (18/9), oito criminosos armados invadiram a unidade em busca de Lucas Fernandes de Souza, de 31 anos, que havia sobrevivido a um atentado horas antes.

    Segundo a Polícia Civil, o objetivo era matar o paciente para impedir que ele identificasse os autores da emboscada. Um dos invasores usava um colete balístico da Draco, numa tentativa de se passar por policial.

    Lucas havia sido levado ao centro cirúrgico, mas foi transferido para a enfermaria pouco antes da ação, o que frustrou o grupo. Eles renderam seguranças na garagem e seguiram direto para o bloco cirúrgico, sem encontrar o alvo.

    Por medida de segurança, a Prefeitura informou que o paciente foi novamente transferido para outra unidade, com nome alterado no sistema, para evitar novas investidas.

    Conforme noticiou a coluna, um dos criminosos envolvidos na invasão foi morto pelos próprios comparsas poucas horas após o ataque. Ele foi identificado como Erlan Oliveira de Araújo.