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    Polícia desbanca trio de agiotas que aterrorizou devedores e faturou R$ 10 milhões

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    Um trio de agiotas foi alvo de uma ofensiva da Polícia Civil de Pernambuco (PCPE) e acabou preso após mais de 20 anos aterrorizando moradores da Região Metropolitana e do Litoral Sul de Pernambuco (PE) que pegavam empréstimos e não conseguiam quitar as dívidas e tinham seus bens tomados.

    Charles Williams Carneiro da Cunha, que fingia ser major da Polícia Militar, é apontado como a mente operadora por trás do esquema estruturado. Ele acumulou um patrimônio estimado em cerca de R$ 10 milhões com os juros abusivos que cobrava das vítimas.

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    Além de Charles Williams, a polícia prendeu Syntia Roberta da Cruz, ex-companheira dele, que já responde a um processo por tentativa de homicídio, e Williams César Ribeiro, autuado por porte ilegal de arma de fogo.

    Uma pistola 9 milímetros, dois carros de luxo, simulacros e objetos que pertenciam às vítimas foram apreendidos na operação.

    Empréstimos ilegais

    Ao longo das investigações, a Polícia Civil constatou que o trio atuava emprestando dinheiro a comerciantes e moradores. Entretanto, quando as dívidas não eram pagas, eles se apropriavam dos bens das vítimas.

    O delegado Ney Luiz explicou que a investigação foi iniciada a partir do relato de um comerciante de Porto de Galinhas que perdeu seu estabelecimento após não conseguir quitar um empréstimo feito com o grupo.

    Em um dos relatos recebidos pela Polícia Civil, uma pessoa que compareceu à delegacia contou que a filha dela fez um empréstimo de R$ 6 mil com o grupo, mas, como não conseguiu pagar, o valor foi aumentando, até que os criminosos tomaram a casa dela.

    “Expulsaram ela da casa. Aí uma dívida que teria iniciado em R$ 6 mil, acabou que foi aumentando até que chegou um ponto que eles tomaram a casa da vítima, que segundo ela vale R$ 400 mil”, contou o delegado.

    A participação de policiais militares na estrutura investigada. “Um dos presos falou que os PMs também trabalhavam com ele. Quando a gente tentou colher o seu depoimento no interrogatório, os advogados orientaram para que ele ficasse calado, mas numa conversa inicial, informal, ele falou sobre isso”, disse Ney Luiz.