Após o vazamento de fotos que mostram a médica Daniele Barreto, de 46 anos, morta dentro de uma cela do Presídio Feminino, localizado em Nossa Senhora do Socorro (SE), a secretária de Justiça de Sergipe, Viviane Pessoa, determinou uma investigação para apurar o caso.
Viviane afirmou que o caso está sendo analisado pela Polícia Civil e que, somente com a conclusão da perícia e das investigações, a dinâmica da morte poderá ser entendida. A mulher era acusada de envolvimento na morte do marido, o advogado José Lael.
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Segundo a titular da pasta, quando Daniele ingressou no presídio, passou por uma equipe de enfermagem e, depois, foi levada a uma cela individual, como processo de adaptação. No entanto, no momento de ser levada ao advogado, a mulher foi encontrada desfalecida.
O advogado criminalista, de 42 anos, foi assassinado a tiros em 18 de outubro de 2024, na zona sul de Aracaju, quando dois homens desceram de uma motocicleta e dispararam contra o carro em que ele estava com o filho. Ambos foram baleados e socorridos, mas o advogado não resistiu.
Médica presa
- A médica foi presa no dia 12 de novembro do ano passado, com outras seis pessoas suspeitas de envolvimento na morte do marido dela no dia 18 de outubro de 2024.
- Após passar um período em uma delegacia da capital sergipana, ela foi transferida para o Presídio Feminino em Nossa Senhora do Socorro no dia 10 de janeiro de 2025.
- Em maio deste ano, Daniele teve a prisão convertida em domiciliar e deixou a residência no 1º de setembro após passar mal e ser levada para um clínica psiquiátrica. A internação aconteceu um dia após a prisão domiciliar dela ser revogada.
- A prisão domiciliar da médica foi revogada pelo STF no fim do mês de agosto, pois mesmo tendo direito à prisão domiciliar, por ter um filho menor de 12 anos, a guarda da criança está com os avós paternos.
- Antes da audiência, ela ficou internada oito dias em uma clínica psiquiátrica. O motivo não foi divulgado.
Sem surtos
De acordo com a secretária de Justiça, nos quatro meses anteriores em que a médica esteve detida no presídio feminino, ela não apresentou indícios de surtos.
O corpo de Daniele foi encontrado horas depois que ela retornou ao presídio, após passar por uma audiência de custódia. Na ocasião, foi definido que ela teria acompanhamento médico no presídio, após a defesa alegar que a médica tinha Transtorno de Personalidade Borderline (TPB).
Segundo o Tribunal de Justiça de Sergipe, a morte da ré implica a extinção do processo criminal contra ela. No entanto, em relação aos outros seis réus, o processo, que está em segredo de Justiça, segue normalmente. Os outros acusados de envolvimento no crime permanecem presos.
Acusada como mandante
A primeira audiência sobre o caso havia sido realizada em 22 de agosto no Fórum Gumersindo Bessa, em Aracaju. No dia 6 de setembro, advogados que faziam parte da equipe de defesa da médica no processo se retiraram do caso, após alegarem inadimplência contratual.
Imagens de câmeras de segurança mostram que cerca de 1h30 antes da execução, a amiga e a secretária da médica são vistas conversando com os suspeitos dentro do carro, e depois são deixadas no condomínio de uma delas.
De acordo com as investigações, o advogado e o filho dele saíram na noite do crime, no dia 18 de outubro, até uma lanchonete para comprar açaí, a pedido da mulher. Daniele Barreto teria informado a localização deles aos executores.
Após sair de casa, o carro do advogado é seguido por uma motocicleta e por um carro, que teria sido alugado pela amiga da médica. Ele foi atingido com três tiros, e o filho, por um disparo. O jovem dirigiu o carro até um hospital particular, mas o pai já estava morto. Ele foi socorrido e sobreviveu.