Segundo o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), a principal hipótese das autoridades é de que a contaminação por metanol em bebidas alcoólicas tenha acontecido no momento do envase dos produtos. A fala acontece na esteira de uma ação conjunta nesta terça-feira (30/9) em estabelecimentos relacionados a casos de intoxicação por bebidas adulteradas com a substância química.
Até o momento, foram registrados 22 casos de intoxicação por metanol — 17 suspeitos e 5 confirmados. Uma morte foi confirmada e outras quatro são investigadas.
Peritos analisam destilados em SP
Divulgação/ Governo do Estado de São Paulo
Autoridades paulistas realizam operações contra a intoxicação por metanol em bebidas
Divulgação/ Governo do Estado de São Paulo
Autoridades apreenderam em um mercadinho mais de 40 garrafas de whisky, gin e vodca
Divulgação/ Governo do Estado de São Paulo
Procon participa da operação também
Divulgação/ Governo do Estado de São Paulo
Polícia de SP diz que investiga quatro casos de contaminação por metanol na capital e mais quatro na Grande SP
Divulgação/ Governo do Estado de São Paulo
Um estabelecimento no Jardins, outro na Mooca, um na Vila Mariana e outro em São Bernardo foram interditados
Divulgação/ Governo do Estado de São Paulo
Entre terça e quarta, foram apreendidas 800 garrafas de bebidas alcoólicas suspeitas de adulteração
Divulgação/ Governo do Estado de São Paulo
Vigilância Sanitária trabalha em conjunto com a Policia Civil de SP
Divulgação/ Governo do Estado de São Paulo
Duas pessoas foram presas suspeitas de envolvimento na intoxicação por metanol
Divulgação/ Governo do Estado de São Paulo
Só nesta terça-feira, 112 garrafas de vodca foram apreendidas em diversos pontos da capital paulista
Divulgação/ Governo do Estado de São Paulo
Os bares estão sendo interditados de maneira cautelar
Divulgação/ Governo do Estado de São Paulo
Operação apreendeu 50 mil garrafas de bebidas adulteradas
Divulgação/ Governo do Estado de São Paulo
Quatro estabelecimentos foram interditados e um proibido de vender bebida alcoólicas após operação em SP
Divulgação/ Governo do Estado de São Paulo
Vigilância Sanitária interditou alguns estabelecimentos em SP
Divulgação/ Governo do Estado de São Paulo
“O que a gente tem é que, muito possivelmente, o problema tenha acontecido no envase. É difícil imaginar, do jeito que está acontecendo, com um caso no Grajaú, outro caso nos Jardins, dois casos na Mooca, que tenha sido o proprietário do estabelecimento que fez a colocação de metanol. Não é razoável imaginar isso. É possível que tenha acontecido em algum momento do envase. Ou um erro, ou uma colocação do produto para vender uma bebida adulterada”, disse Nunes.
O prefeito ainda afirmou que as investigações vão buscar rastrear, nos bares fiscalizados, informações sobre as origens das bebidas e os locais onde elas foram compradas. A partir desses detalhes, será possível verificar o processo de envase. Sobre o atendimento aos casos de intoxicação, Nunes afirmou que a Secretaria de Saúde tem a quantidade suficiente de antídoto para atender a população.
Bares interditados
Nesta terça-feira (30/9), as Vigilâncias Sanitárias do Estado e do município de São Paulo, em parceria com a Polícia Civil, realizaram a interdição de três estabelecimentos da capital paulista. Além disso, um bar em São Bernardo do Campo, na região metropolitana, também foi interditado. As ações são cautelares e o envolvimento dos estabelecimentos com os casos é investigado.
Em São Paulo, os bares interditados estão localizados nos bairros dos Jardins e Mooca. A fiscalização apreendeu mais de 100 garrafas de bebidas sem rótulos e sem comprovação de procedência.
O outro estabelecimento, localizado na Vila Mariana foi interditado parcialmente após o proprietário não apresentar as notas fiscais dos produtos destilados. O comércio de bebidas alcoólicas no local foi interrompido e os materiais enviados para análise.
Além disso, um minimercado no bairro Planalto Paulista passou por fiscalização que apreendeu mais de 40 garrafas de whisky, gin e vodca. O representante do estabelecimento foi conduzido à delegacia para prestar esclarecimentos.
Metanol em bebida: após mortes, ministério faz alerta a hospitais
Reprodução/Governo
Metanol
Divulgação/Biodiesel Brasil/Agência Brasil
Metanol na bebida: SP registrou nove casos e duas mortes em 25 dias
Getty Images
Metanol: o que é substância em bebidas que matou duas pessoas em SP
Divulgação/Biodiesel Brasil/Agência Brasil
Associação relaciona metanol usado em bebidas adulteradas ao PCC
Adobe Stock
A Polícia Civil de São Paulo confirmou a apreensão de 800 garrafas de bebidas alcoólicas com suspeita de contaminação por metanol no estado durante fiscalizações realizadas na capital desde a segunda-feira (29/9). Os produtos foram encaminhados para análise no Instituto de Criminalística (IC) da Polícia Técnico-Científica, enquanto os responsáveis pelos locais prestaram esclarecimentos na sede do departamento.
Dois suspeitos foram presos durante as operações.
Gabinete de crise
Um gabinete de crise foi implementado pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), nesta terça. A medida foi determinada após uma reunião técnica, realizada no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo estadual, para detalhar as medidas adotadas no combate à intoxicação por metanol e a investigação dos envolvidos.
O governo afirmou que fará a interdição cautelar de estabelecimentos com suspeita de comercialização de bebidas fraudadas, mas não informou o número de interdições, nem quais serão os locais interditados.
Leia também
-
Metanol: polícia apreende 800 garrafas com suspeita de contaminação
-
Intoxicação por metanol: polícia identifica distribuidoras suspeitas
-
Intoxicação por metanol: polícia prende 2 e apreende 50 mil garrafas
-
Governo emite alerta sobre intoxicação por metanol. Veja sintomas
“É fundamental fazer esse fechamento cautelar de todos os estabelecimentos em que tivemos ocorrência para aprofundar a investigação. A preocupação é garantir a segurança do cidadão. O estabelecimento só vai ser liberado para voltar a funcionar se tivermos certeza que está seguro”, afirmou Tarcísio de Freitas.
Bebidas adulteradas e distribuidoras suspeitas
Além das garrafas de bebida com suspeita de adulteração recolhidas pelo governo de São Paulo, outros 15 milhões de selos fraudados foram encontrados e apreendidos.
Três departamentos da Polícia Civil participam das investigações e quatro distribuidoras já foram identificadas como suspeitas.
A Secretaria da Segurança Pública (SSP) descarta, por ora, o envolvimento do Primeiro Comando da Capital (PCC) nas adulterações. A suspeita é de que as práticas sejam conduzidas por quadrilhas independentes, uma vez que nunca havia registro de uso de metanol na adulteração.
Entre as linhas de investigação estão a hipótese de contaminação indireta, acidente no processo ou até o uso da substância para lavagem de garrafas reaproveitadas.
A investigação agora concentram esforços em rastrear a origem das distribuidoras e os fluxos de pagamento. Os donos de estabelecimentos já prestaram esclarecimentos.
Alerta
A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo emitiu, nesta terça-feira (30/9), um alerta aos profissionais de saúde sobre o risco de intoxicação por ingestão de metanol.
O aviso foi realizado por meio do Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE) e do Centro de Vigilância Sanitária (CVS). A substância pode estar presente em bebidas alcoólicas clandestinas ou adulteradas e, por ser altamente tóxica, leva à cegueira permanente e até ao óbito.
O alerta divulgado aos serviços de saúde do estado reforça que os sinais e sintomas costumam aparecer entre 6 e 24 horas após a ingestão.
Sintomas de intoxicação por metanol
- Sonolência
- Tontura
- Dor abdominal
- Náuseas
- Vômitos
- Confusão mental
- Taquicardia
- Visão turva
- Fotofobia
- Convulsões
- Acidose metabólica
Nos casos mais graves, pode haver cegueira irreversível, choque, pancreatite, insuficiência renal e comprometimento neurológico.
Segundo a pasta, o paciente com quadro incomum após ingestão de bebida alcoólica deve ser avaliado imediatamente e realizar exames laboratoriais e avaliação oftalmológica. O alerta emitido traz orientações técnicas sobre a conduta clínica a ser adotada nestes casos.