Além da pressão por uma anistia que evite a prisão de Jair Bolsonaro, aliados do ex-presidente passaram a pressionar lideranças do Centrão, nos bastidores, por uma anistia que o permita disputar as eleições de 2026.
O movimento tem incomodado caciques de partidos como PL, PP e União Brasil. Eles afirmam que o foco agora deveria ser apenas uma anistia que evite a prisão de Bolsonaro, sem misturar com a questão da inelegibilidade.
O ex-presidente Jair Bolsonaro
HUGO BARRETO/METRÓPOLES
@hugobarretophoto
O ex-presidente segue em prisão domiciliar
HUGO BARRETO/METRÓPOLES
@hugobarretophoto
Em prisão domiciliar, o ex-presidente Jair Bolsonaro cumpre medida restritiva em sua residência, em Brasília
HUGO BARRETO/METRÓPOLES
@hugobarretophoto
Lideranças do Centrão argumentam que o próprio Bolsonaro nunca teria pedido que o grupo trabalhasse agora para torná-lo elegível. A “missão” dada pelo ex-presidente, dizem, sempre foi pela anistia para evitar sua prisão.
Nos bastidores, caciques de partidos de centro argumentam que misturar a anistia com a ofensiva para que Bolsonaro possa concorrer em 2026 só dificultaria ainda mais o cenário para evitar a prisão do ex-presidente.
Centrão teme ser alvo de ataques
Incomodados, líderes do Centrão já temem, inclusive, serem alvos de ataques nas redes sociais por parte de nomes como Silas Malafaia e Eduardo Bolsonaro, por não defenderem a anistia eleitoral do ex-presidente.
O temor é de que esses bolsonaristas tentem emplacar a tese de que o Centrão não trabalhou pela elegibilidade de Bolsonaro como desculpa para viabilizar a candidatura do governador Tarcísio de Freitas à Presidência em 2026.
Leia também
-
Condenado pelo STF, Bolsonaro já pode ser preso?
-
A orientação do PT a seus filiados sobre a condenação de Bolsonaro
-
Onde Lula estava quando STF condenou Bolsonaro a 27 anos de prisão
-
Pena imposta por STF a Mauro Cid dificulta sua expulsão do Exército
Inelegível duplamente
Atualmente, Bolsonaro está duplamente inelegível. Primeiro, por decisão do Tribunal Superior Eleitoral, que o condenou por abuso de poder político por atacar as urnas eletrônicas em uma reunião com embaixadores em 2022.
Na quinta-feira (11/9), Bolsonaro foi novamente declarado inelegível após ser condenado pelo STF a 27 anos e 3 meses no âmbito da trama golpista. Com a decisão, o ex-presidente só pode voltar a disputar eleições em 2033.