Portal Estado do Acre Notícias

Promotor que investiga o PCC cogita asilo político após aposentadoria

promotor-que-investiga-o-pcc-cogita-asilo-politico-apos-aposentadoria

Promotor que investiga o PCC cogita asilo político após aposentadoria

O promotor que investiga o Primeiro Comando da Capital (PCC), Lincoln Gakiya, afirmou na manhã desta quarta-feira (17/9) em entrevista ao programa Acorda Metrópoles que cogita pedir asilo quando se aposentar. A fala veio logo depois do assassinato do ex-delegado Ruy Ferraz, morto na segunda-feira (15/9), em Praia Grande. Ruy ficou conhecido por sua atuação contra o PCC quando estava no cargo.

Leia também

Gakiya comentava sobre um possível “medo” dentro de corporações policiais do retorno do combate entre PCC e a polícia nas ruas, muito comum no início dos anos 2000, principalmente no momento de aposentadoria destes agentes. O promotor explicou que já existe um projeto de lei em andamento no Ministério da Justiça que dispõe sobre o combate às organizações criminosas de forma federal, que trata deste ponto.

“Se não houver essa garantia de proteção, principalmente após aposentadoria, pessoas como eu, por exemplo, não teriam outra opção a não ser pedir asilo político no exterior. Não seria um visto de turista, pois estaríamos correndo risco de vida dentro do meu país por organizações criminosas que o Estado não conseguiu enfrentar e propiciar minha segurança”, disse o promotor.

A questão vem à tona após o assassinato do ex-delegado Ruy Ferraz em Praia Grande, que foi morto a tiros na noite de segunda (15/9). Até o momento, segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP), dois suspeitos de envolvimento no crime já foram identificados e a polícia cumpre mandados de busca e apreensão na capital e na Grande São Paulo.

O que se sabe sobre a execução

A polícia usa imagens de câmeras de segurança para entender a dinâmica do crime. Um vídeo obtido pelo Metrópoles mostra o momento em que os criminosos dera início à emboscada. Eles estacionaram um carro em uma rua próxima da Prefeitura de Praia Grande, onde a vítima trabalhava como titular da Secretaria de Administração, às 18h02.

Nenhuma linha de investigação descartada

Autoridades da SSP não descartam a participação de agentes públicos na execução de Ferraz. Além de ter sido inimigo número 1 do PCC quando atuava como delegado, Ruy Ferraz tinha inimizades dentro da polícia e trabalhava como secretário de Administração em Praia Grande, onde pode ter contrariado interesses locais. Oficialmente, nenhuma hipótese é descartada pela cúpula da SSP.

6 imagensFechar modal.1 de 6

Ruy Ferraz Fontes, ex-delegado da Polícia Civil de São Paulo

Divulgação/Alesp2 de 6

Ruy Ferraz Fontes, ex-delegado da Polícia Civil de São Paulo

Divulgação/Prefeitura de Praia Grande3 de 6

Ruy Ferraz Fontes, ex-delegado da Polícia Civil de São Paulo

Divulgação/Alesp4 de 6

Ruy Ferraz Fontes, ex-delegado da Polícia Civil de São Paulo

Reprodução/Prefeitura de Praia Grande5 de 6

Ruy Ferraz Fontes, ex-delegado da Polícia Civil de São Paulo

Divulgação/Polícia Civil6 de 6

Ruy Ferraz Fontes, ex-delegado-geral da Polícia Civil de SP

Divulgação/Polícia Civil de SP

Internamente na Polícia Civil, a ação tem sido comparada à execução do corretor de imóveis Vinícius Gritzbach, inimigo do PCC morto com 10 tiros de fuzil no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos. De acordo com as investigações, três PMs teriam sido contratados pela facção para executar o crime.

Entre as linhas de investigação sobre o mando do crime, a força-tarefa acredita em uma possível vingança do PCC. Ruy Ferraz foi o primeiro delegado a investigar a facção no estado, no começo dos anos 2000, e atuou na transferência algumas das principais lideranças para presídios federais de segurança máxima, como Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola.

Quem era Ruy Ferraz

Sair da versão mobile