O presidente da Rússia, Vladimir Putin, comentou sobre a tarifa de 50% dos Estados Unidos contra o Brasil, e afirmou que a medida é motivada por problemas na dinâmica entre as atuais autoridades brasileiras e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A declaração do líder russo aconteceu nesta quarta-feira (3/9), durante entrevista coletiva realizada na China.
Ao ser questionado sobre as recentes ameaças do presidente norte-americano, de sobretaxar países que fazem negócios com a Rússia em meio a guerra com a Ucrânia, Putin saiu em defesa do Brasil. Para ele, Trump tem utilizado o conflito no Leste Europeu como “pretexto” para justificar suas ações.
“Existe uma desproporção no comércio entre os EUA e a Índia, os EUA e a China, mas não há desproporção nas relações econômicas entre o Brasil e os Estados Unidos”, disse o presidente da Rússia. “Há problemas exatamente nas dinâmicas políticas internas [do Brasil], incluindo as relacionadas às interações entre as autoridades atuais e o ex-presidente Bolsonaro. O que a Ucrânia tem a ver com isso?”, questionou.
Veja:
No início de agosto, o mandatário norte-americano ameaçou aplicar sanções extras contra países que negociam com a Rússia, como forma de aumentar a pressão para um possível fim da guerra na Ucrânia. Neste sentido, a alíquota sobre exportações da Índia subiram para 50%, em retaliação à compra de petróleo russo pelos indianos.
Leia também
-
Putin se reúne com Kim Jong-un e agradece apoio contra a Ucrânia
-
Putin se diz pronto para encontrar Zelensky: “Que venha a Moscou”
-
Cúpula na China: microfone capta Xi e Putin falando sobre imortalidade
-
Ao lado de Putin, Xi diz que mundo enfrenta escolha entre paz e guerra
O Brasil ainda não foi alvo de ações neste sentido. Trump, contudo, já demonstrou que a tarifa de 50% contra os produtos brasileiros não possui apenas um plano de fundo econômico, mas sim político.
Ao anunciar a medida, o líder norte-americano afirmou que a taxa era uma resposta — e tentativa de interferência — no julgamento de Jair Bolsonaro (PL). O ex-presidente, que governou o Brasil entre 2019 e 2022, é apontado como o chefe de uma organização criminosa que tentou realizar um golpe de Estado.