Os documentaristas brasileiros Luiz Fernando Feres da Cunha Ferraz e Rubens Crispim Jr., que morreram na queda do avião na noite dessa terça-feira (23/9), filmavam o projeto planeta-esponja, do arquiteto chinês Kongjian Yu, para um documentário homônimo. O profissional também foi uma das vítimas do acidente, que também culminou na morte do piloto da aeronave, Marcelo Pereira de Barros.
Referência mundial em soluções urbanas sustentáveis, Yu é criador do conceito de cidade-esponja. Ele defendia que as cidades deveriam investir em áreas de absorção de água da chuva, por meio de vegetação ou concreto poroso, em vez de apostar apenas em infraestrutura rígida de drenagem, como canais e represas.
Cineasta Rubens Crispim, morto em queda de avião no Pantanal do Mato Grosso do Sul
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Luiz Fernando Féres
Reprodução/Academia Brasileira de cinema
Arquiteto chinês Kongjian Yu, que propunha soluções para enchentes nas cidades
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Arquiteto chinês Kongjian Yu, que propunha soluções para enchentes nas cidades
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Em entrevista ao O Globo, em maio do ano passado, após enchentes no Rio Grande do Sul, ele ampliou o conceito para “planeta-esponja”, alertando para os efeitos do desmatamento no Brasil: “A Amazônia, por exemplo, é uma esponja natural. Devemos aprender como ela funciona”.
A produção fazia parte da Olé Produções, empresa da qual Luiz Ferraz era sócio. Em março deste ano, o documentarista esteve no Festival de Documentário da Rota da Seda Marítima, em Fuzhou, na China, onde afirmou que o projeto tinha como objetivo apontar soluções diante das mudanças climáticas.
“Esse filme é um pouco diferente de outros sobre mudanças climáticas, pois não é um filme sobre o fim do mundo. A ideia aqui é propor soluções. É entender que existe um caminho em relação às mudanças climáticas. Não é apenas uma situação de desastre”, disse.
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O acidente
Os três passageiros filmavam um documentário sobre o trabalho de Kongjian Yu quando a aeronave de matrícula PT-BAN, particular e fabricada em 1958, caiu e pegou fogo na região da fazenda Barra Mansa, a cerca de 140 quilômetros de Campo Grande, capital do Mato Grosso do Sul. O Corpo de Bombeiros informou que a operação de busca e resgate levou cerca de nove horas por conta da distância e das dificuldades de acesso. Três militares e uma viatura participaram da ocorrência, acionada por volta das 20h10.
Em nota, a Polícia Civil de Mato Grosso do Sul informou que equipes do Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (DRACCO) e da Delegacia de Polícia de Aquidauana foram enviadas ao local para realizar os procedimentos de praxe e coletar dados preliminares. As causas do acidente ainda não foram esclarecidas.