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    Quem é a advogada que usava brindes 3D para viciar jovens do Sudoeste

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    A advogada presa por tráfico de drogas, ao usar brindes 3D para viciar jovens do Sudeste (DF), é Bruna Calland Cerqueira Rizieri (imagem em destaque). Formada em direito pelo UniCeub, a investigada diz no seu perfil no LinkedIn que trabalha com gestão de dados jurídicos e como controller.

    Segundo ata da audiência de custódia realizada nesse domingo (7/9), Bruna declarou ter bipolaridade, ansiedade e depressão. Também disse que toma medicamento controlado diariamente e faz uso excessivo de cocaína.

    Com ela, foram encontrados 11 envelopes e uma pedra de cocaína escondidas na roupa.

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    Bruna foi presa no último sábado (6/9), junto com Henrique Sampaio da Silva, de 39 anos, que possui um histórico extenso. Esta foi a sexta prisão registrada em sua ficha criminal, todas relacionadas ao comércio de drogas. Ele chegou a ser nomeado como servidor comissionado em um órgão público, mas não tomou posse.

    Na audiência de custódia, o Tribunal de Justiça do DF e dos Territórios (TJDFT) converteu a prisão em flagrante da dupla em prisão preventiva.

    Mais detalhes:

    • O esquema de tráfico foi desmantelado por policiais civis da 3ª Delegacia de Polícia (Cruzeiro).
    • A boca de fumo operava dentro de um apartamento de alto padrão localizado na quadra 504 no Sudoeste.
    • A investigação revelou que o imóvel funcionava como verdadeiro ponto de distribuição de drogas sintéticas e entorpecentes tradicionais.
    • O foco do casal era atrair adolescentes e jovens que frequentavam áreas públicas da região, como escolas, parquinhos infantis e até uma academia ao ar livre utilizada por idosos.

    Brindes de fidelização

    De acordo com a apuração, os traficantes criaram uma espécie de código paralelo de fidelização, no qual os usuários recebiam pequenos objetos tridimensionais digitais (3D) como brindes — entre eles, um esqueleto de peixe, um raio ou um floco de neve. Cada símbolo representava uma droga específica:

    • Esqueleto de peixe: cocaína
    • Raio: ecstasy
    • Floco de neve: haxixe ou loló

    Esses “souvenires” serviam como uma espécie de cartão de fidelidade, que não apenas disfarçava o vínculo criminoso, mas também criava um laço de exclusividade entre fornecedor e cliente.

    Veja os brindes dados pelos traficantes pelo casal de traficantes:

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    Material cedido ao Metrópoles

    Na noite da operação, os agentes apreenderam:

    • Diversas porções de cocaína
    • Tabletes de haxixe
    • Embalagens de maconha
    • Vários comprimidos de ecstasy
    • Frascos de clorofórmio (loló)
    • Balanças de precisão
    • Sacos ziplock e outros materiais para embalo
    • Canudos utilizados no consumo de cocaína dentro do próprio apartamento
    • Quantia significativa em dinheiro vivo.

    Operação Wolf

    Segundo a polícia, o objetivo era manter uma logística tanto para entrega no local quanto para delivery em regiões próximas. A ação que culminou na prisão foi batizada de Operação Wolf e resultou na detenção em flagrante do casal por tráfico de substâncias entorpecentes e associação para o tráfico.

    “O nível de sofisticação do esquema e a ousadia em criar uma linguagem própria para fidelizar usuários nos surpreenderam. Era uma tentativa clara de driblar a polícia e ampliar o público consumidor, atingindo até adolescentes e jovens em idade escolar”, afirmou o delegado-chefe da 3ªDP, Victor Dan.

    Um detalhe curioso observado pelos agentes foi a presença de placas e avisos comunitários espalhados pelo apartamento, simulando preocupação social e tentando dar ao local um ar de convivência saudável. Na prática, serviam como fachada para despistar vizinhos e autoridades.

    A coluna Na Mira tenta localizar defesa de Bruna Calland Cerqueira Rizieri. O espaço segue aberto para posionamentos.