O empresário Fernando dos Santos Andrade Cavalcanti, figura conhecida no meio corporativo e político de Brasília, foi alvo de mandados de busca e apreensão da Polícia Federal (PF), nesta sexta-feira (12/9).
A ação ocorreu no âmbito da Operação Sem Desconto, que investiga um esquema bilionário de fraudes em aposentadorias e pensões do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). O esquema foi revelado pelo Metrópoles.
Cavalcanti é ex-sócio do advogado Nelson Willians, também alvo da operação. Sua atuação transita entre o meio jurídico, empresarial e eventos corporativos.
Ele também se projetou no meio político de Brasília. Em 2023, recebeu da Câmara Legislativa do Distrito Federal o título de Cidadão Honorário de Brasília, em cerimônia que destacou sua atuação como anfitrião de eventos do LIDE Brasília — grupo que reúne empresários e é liderado pelo empresário Paulo Octávio.
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Fernando é administrador e CEO da empresa Valestra, voltada a serviços combinados de escritório e apoio administrativo. Policiais cumpriram mandado na casa do empresário, localizada no Lago Sul, bairro nobre da capital federal.
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PF apreende réplica de carro de Fórmula 1 em operação contra fraudes no INSS
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Dinheiro apreendido pela PF durante operação contra fraudes no INSS
Dinheiro apreendido pela PF durante operação contra fraudes no INSS7 de 7
Ferrari apreendida pela PF durante nova fase da Operação Sem Desconto, que apura a “Farra do INSS”
Reprodução/PF
Entre os bens apreendidos, chamaram atenção: uma Ferrari vermelha, uma réplica do carro de Fórmula 1 usado por Ayrton Senna, relógios de luxo, além de quantia em dinheiro em espécie.
Operação Sem Desconto
A Polícia Federal prendeu nesta sexta-feira (12/9), em Brasília, Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como Careca do INSS, e, em São Paulo, o empresário Maurício Camisotti, em mais uma fase da investigação sobre um esquema bilionário de fraudes contra aposentados e pensionistas.
Segundo a PF, associações cadastravam beneficiários do INSS de forma fraudulenta, com assinaturas falsificadas, para justificar descontos mensais indevidos. O dinheiro era então desviado para empresas ligadas ao grupo investigado.
Antunes, apontado como o “facilitador”, teria movimentado R$ 12,2 milhões em quatro meses, repassando mais de R$ 9 milhões a pessoas ligadas diretamente ao INSS. Já Camisotti é investigado como sócio oculto de uma entidade beneficiada, recebendo parte dos valores desviados.
A prisão de Antunes ocorre dias antes de seu depoimento à CPI do INSS, que já aprovou a quebra de seus sigilos fiscal, bancário e telefônico.
Defesa
Em nota, a defesa de Nelson Wilians disse que “tem colaborado integralmente com as autoridades e confia que a apuração demonstrará sua total inocência”.
“Nelson Wilians já afirmou, anteriormente, que sua relação com um dos investigados — seu cliente na área jurídica — é estritamente profissional e legal, o que será comprovado de forma cabal. Os valores por ele transferidos referem-se à aquisição de um terreno vizinho à sua residência, transação lícita e de fácil comprovação”.
“Ressaltamos que a medida cumprida é de natureza exclusivamente investigativa, não implicando qualquer juízo de culpa ou responsabilidade. O advogado permanece à disposição para prestar todos os esclarecimentos necessários e reafirma seu compromisso com a legalidade e a transparência”.