Quando o assunto é lanche saudável, poucas opções surpreendem tanto quanto a pipoca. Rica em fibras, o grão ajuda a retardar a absorção da glicose no organismo e pode ser um aliado interessante para quem busca equilíbrio na alimentação.
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Segundo o nutricionista Matheus Maestralle, o segredo está nas propriedades do milho estourado, que vão muito além da praticidade. Ele explica que o que torna a pipoca um superalimento é a presença de polifenóis antioxidantes, que ajudam a reduzir inflamações e o estresse oxidativo — fatores diretamente relacionados à resistência insulínica.
“A densidade calórica da pipoca também merece destaque. Ela oferece grande volume com poucas calorias, favorecendo a sensação de saciedade sem sobrecarregar a glicemia”, afirma Maestralle.
Entenda
- A pipoca é considerada um grão integral, já que conserva o endosperma, o gérmen e o farelo.
- De acordo com Maestralle, o grão estourado concentra fibras insolúveis, capazes de aumentar a saciedade, melhorar o trânsito intestinal e retardar a absorção de glicose.
- Ele reforça que essa característica é o que diferencia o lanche dos carboidratos refinados, como o pão branco.
Benefícios do lanche
Outro ponto curioso destacado pelo nutricionista é a comparação nutricional: a pipoca tem mais fibras e magnésio do que muitas frutas comuns. Maestralle salienta que, apesar dos benefícios, não é prudente substituí-las, já que as frutas oferecem vitamina C, potássio e fibras solúveis importantes.
“O ideal é que a pipoca entre como snack leve e as frutas componham as refeições principais”, orienta.
Ele ainda chama atenção para o índice glicêmico da pipoca, que é médio (55–65). “Importante lembrar que seu impacto varia conforme o modo de preparo, o tipo de milho e a resposta individual do organismo. Para quem tem resistência insulínica ou diabetes, a carga glicêmica, que considera a porção ingerida, é ainda mais relevante”, aponta Matheus Maestralle.
“Uma porção moderada pode ser aceitável dentro de um plano alimentar equilibrado, principalmente se combinada com proteínas e gorduras boas, que ajudam a reduzir o pico glicêmico”, acrescenta o especialista.
Diferenças no preparo
Embora o grão tenha vantagens importantes para o organismo, a forma de preparo pode comprometer os benefícios de um lanche saudável. Maestralle explica que as pipocas industrializadas para micro-ondas são as menos indicadas a quem busca saúde metabólica. “Costumam conter gordura hidrogenada, excesso de sódio e aditivos”, avalia.
Já a pipoca feita em pipoqueira sem óleo é mais saudável, pois mantém fibras e antioxidantes sem adicionar calorias extras. “No fogão com pouco óleo vegetal também pode ser uma boa escolha, já que a gordura ajuda a reduzir o pico glicêmico, mas aumenta o valor calórico. O ideal é usar azeite ou óleo de coco em pequenas quantidades”, detalha.
Para os amantes da pipoca de cinema, o nutricionista recomenda cautela. “Muitas vezes, leva óleos vegetais em excesso e aromatizantes. A versão doce, então, eleva ainda mais o índice glicêmico”, alerta.
Qual é a quantidade ideal?
De acordo com Maestralle, o consumo recomendado é de três e cinco xícaras de pipoca estourada (cerca de 25 g a 30 g de milho cru), de duas a três vezes por semana. “Essa porção fornece fibras e antioxidantes sem comprometer a glicemia”, recomenda o expert.
“O importante é sempre ajustar ao plano alimentar de cada pessoa. A pipoca pode, sim, ser usada como alternativa a biscoitos, pães e salgadinhos ultraprocessados, mas não substitui carboidratos de baixo índice glicêmico, como feijão, batata-doce ou lentilha”, ressalta.
Por mais que seja uma escolha equilibrada, Maestralle lembra que a pipoca também é fonte de carboidratos. Se consumida em excesso ou de forma isolada, pode atrapalhar o controle da glicose.
“O ideal é combiná-la com boas fontes de proteína e fibras. A pipoca sozinha não substitui um jantar ou um lanche completo — deve entrar de forma complementar, como um snack saboroso que traz benefícios sem abrir mão do prazer de comer”, conclui.
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