O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), visita nesta segunda-feira (29/9) o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na prisão domiciliar em Brasília. Será o primeiro encontro entre os dois desde a condenação de Bolsonaro a 27 anos de prisão por tentativa de golpe de Estado, Supremo Tribunal Federal (STF).
A ida de Tarcísio até seu padrinho político na capital federal ocorre em meio a um recolhimento do governador nas últimas duas semanas, em que passou a focar agendas e discursos em questões locais de São Paulo, recuando do perfil presidenciável que vinha apresentando desde junho deste ano.
Tarcísio de Freitas aponta risco de perda de 120 mil empregos em São Paulo devido ao tarifaço
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Tarcísio de Freitas visita Bolsonaro
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Governador de SP, Tarcísio de Freitas (Republicanos), posa ao lado do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP)
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Marcos Pereira e o governador Tarcísio de Freitas
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Valdemar da Costa Neto, Silas Malafaia e Tarcísio de Freitas conversam durante manifestação bolsonarista na Avenida Paulista
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O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), o ministro dos Portos e Aerportos, Silvio Costa Filho (Republicanos) e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos)
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Aliado de Bolsonaro, Tarcísio conversa com Moraes durante cerimônia no TSE
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Valdemar elogiou chapa com Tarcísio e Ciro Nogueira
Reprodução/ redes Ciro Nogueira
Após fazer diversos acenos ao bolsonarismo ao assumir o protagonismo das articulações pelo projeto de anistia que poderia beneficiar o ex-presidente e subir o tom nas críticas ao STF, acusando o ministro Alexandre de Moraes de “tirania”, Tarcísio optou por submergir e esfriar as especulações de que será candidato à Presidência da República em 2026.
Os movimentos do governador fizeram com que ele passasse a ser alvo de opositores e até mesmo da opinião pública, que enxergaram nas articulações um descolamento de Tarcísio da imagem de moderado. Ministros do STF também ficaram incomodados com a guinada radical do chefe do Palácio dos Bandeirantes.
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Tarcísio expõe desânimo a aliados e rechaça enfrentar Lula em 2026
Questionado sobre o encontro com Bolsonaro na última quinta-feira (25/9), Tarcísio negou que a reunão será para tratar sobre candidatura à Presidência da República ou anistia aos envolvidos em atos golpistas.
“Eu vou visitar um amigo e prestar solidariedade a ele. É uma coisa que eu vou fazer sempre porque tenho preocupação e consideração com uma pessoa que sempre foi muito importante para mim”, desconversou Tarcísio.
Perguntado se Bolsonaro teria, enfim, dado o sinal de que o apoiaria como candidato para a disputa do Palácio do Planalto contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Tarcísio refutou a ideia. “Não deu aval nenhum e eu sou candidato à reeleição. Não tem nada disso”, disse.
“Desnacionalização” da agenda
Como antecipou o Metrópoles, o governador relatou a aliados nas últimas semanas que está desanimado com a ideia de concorrer à Presiência por conta da desorganização da direita, da repercussão negativa da PEC da Blindagem e de resultados de pesquisas eleitorais. Ao longos dos últimos dias, Tarcísio realizou agendas no interior paulista e na Grande São Paulo.
Desde que subiu no palanque do ato bolsonarista de 7 de Setembro e chamou Moraes de “tirano”, Tarcísio voltou o foco ao Estado de São Paulo, realizando diversas agendas de entregas no interior e passando a direcionar seus discursos a prefeitos, deputados estaduais e questões locais.
Na sexta-feira (26/7), esteve em Presidente Prudente e em Iepê. Na quinta (25/7), em Guarulhos. Na quarta (24/7), foi a vez de Embu das Artes, e, na terça (23/7), Campinas. Na última segunda-feira (22/9), Tarcísio esteve em Taquarituba, na região de Itapeva.
A nova rotina destoou da agenda presidenciável que o governador vinha fazendo antes, participando de painéis e eventos do mercado financeiro, em que fez diversas falas de tom nacional e ensaiou até slogan de campanha.
Antes da manifestação na Paulista e em meio ao início do julgamento de Bolsonaro no STF, o governador foi a Brasília para se reunir com lideranças partidárias e articular em prol da anistia aos condenados pelos atos de 8 de Janeiro, o que ajudou a alimentar a ideia de que Tarcísio estaria finalmente pavimentando a candidatura para enfrentar Lula em 2026, com o apoio do bolsonarismo e do Centrão.
No dia 15/9, Tarcísio cancelou uma viagemque faria à capital federal para visitar o ex-presidente na prisão domiciliar. Este seria o primeiro encontro com o padrinho político após a condenação no STF. A ida até Brasília, no entanto, foi cancelada depois que Alexandre de Moraes autorizou o encontro apenas esta segunda (29/9).