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    Reino Unido, Canadá e Austrália reconhecem Estado da Palestina

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    O Reino Unido, o Canadá e a Austrália anunciaram, neste domingo (21/9), o reconhecimento da Palestina como Estado. A decisão acontece um dia antes do início da 80ª sessão da Assembleia Geral da ONU, em Nova York (EUA).

    Nas redes sociais, o primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, afirmou que, para reviver a “esperança de paz para palestinos e israelenses e uma solução de dois Estados, o Reino Unido reconhece formalmente o Estado da Palestina”.

    Reconhecimento do Estado da Palestina

    • O apoio ao reconhecimento do Estado da Palestina surge em meio a uma onda de críticas contra o governo de Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel e responsável pelo aumento da violência e fome no enclave palestino.
    • Assim como já fizeram 147 dos 193 países que compõem a ONU, o presidente francês Emmanuel Macron anunciou, no mês passado, que a França também vai reconhecer a Palestina.
    • A solução de dois Estados, que daria fim à tensão de décadas entre judeus e palestinos, também foi defendida pelo primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Stamer.

    Na Assembleia Geral da ONU, outros países também prometeram reconhecer formalmente o Estado da Palestina.

    Starmer afirmou que a população britânica deseja ver a Palestina sem conflitos. Ele pontuou ainda que o grupo Hamas continua mantendo reféns israelenses em Gaza, ressaltando que é necessário trazê-los de volta, e acusou o grupo de se recusar a liberar os reféns e devolver os corpos de outros israelenses.

    “Os reféns precisam ser libertados imediatamente, e continuaremos lutando para trazê-los de volta. Vamos ser honestos: o Hamas é uma organização terrorista brutal. Um apelo por uma solução de dois Estados genuína é exatamente o oposto da visão odiosa deles. Vamos ser claros: essa solução não é uma recompensa para o Hamas”, pontuou Starmer.

    Ele anunciou também que sancionou o grupo e que pretende avançar: “Dei instruções para sancionar outros integrantes do Hamas nas próximas semanas”.

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    O primeiro-ministro do Canadá, Mark Carney, afirmou, minutos antes do Reino Unido anunciar, que também reconhece o Estado e que ofereceu cooperação.

    “O Canadá reconhece o Estado da Palestina e se oferece para trabalhar em parceria a fim de cumprir a promessa de um futuro pacífico para o Estado da Palestina e o Estado de Israel”, afirmou Carney.

    Na declaração, divulgada na rede social X, Carney detalhou que o “atual governo israelense trabalha metodicamente para impedir a criação de um Estado palestino”.

    “Seu ataque sustentado em Gaza matou dezenas de milhares de civis, deslocou mais de um milhão de pessoas e causou uma fome devastadora e evitável, em violação ao direito internacional”, pontuou Carney.

    O Canadá e o Reino Unido são os dois primeiros países do G7 a reconhecerem oficialmente o Estado da Palestina.

    Anthony Albanese, primeiro-ministro da Austrália, afirmou reconhecer “as aspirações legítimas e antigas do povo da Palestina por um estado próprio”, mas ressaltou que estabeleceu requisitos claros para a Autoridade Palestina.

    “A organização terrorista Hamas não deve ter nenhum papel na Palestina”, pontuou Albanese, mencionando um dos requisitos.

    Ainda segundo o premier, “passos adicionais, incluindo o estabelecimento de relações diplomáticas e a abertura de embaixadas, serão considerados à medida que a Autoridade Palestina avance em seus compromissos de reforma.

    Assembleia da ONU

    Na Assembleia Geral da ONU, realizada nesta segunda-feira (22/9), em Nova York, cerca de dez países devem formalizar sua validação do Estado palestino.

    A sessão deste ano, que teve início em 9 de setembro, conta com delegações de todos os 193 Estados-membros da ONU, que têm representação igual em uma base de “um Estado, um voto”. A partir do dia 23 deste mês, o debate sobe um degrau e passa a ocorrer entre representantes de alto nível dos países.

    É nesta data que acontecerá o tradicional discurso de chefes de governo, o Debate Geral, na sede da organização em Nova York. Tradicionalmente, a cúpula é aberta por um representante brasileiro, neste caso, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.