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Revelado por famosos, vício em pornografia é prejudicial? Saiba mais

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Revelado por famosos, vício em pornografia é prejudicial? Saiba mais

O debate sobre compulsão sexual e vício em pornografia não é novidade entre celebridades. Em relatos nas redes sociais, Erasmo Viana e Gustavo Tubarão falaram sobre o problema. Além deles, o ex-nadador Fernando Scherer, conhecido como Xuxa, relatou em entrevista ao programa Sem Censura como a pornografia impactou sua vida.

Casos semelhantes foram compartilhados por Carmo Dalla Vecchia, que buscou terapia sexual, e por artistas internacionais como o ator Terry Crews (de Todo Mundo Odeia o Chris), o cantor Kanye West, a modelo e atriz Cara Delevingne, o comediante Chris Rock e até a cantora Britney Spears, que admitiu ter chegado a um ponto crítico de obsessão sexual.

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Erasmo Viana foi às lágrimas ao falar de vícios no Instagram

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Erasmo Viana grava vídeo para o Instagram

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Erasmo Viana chora ao falar de vício em pornografia, maconha e remédio

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Viciado em pornografia, Gustavo Tubarão desabafa sobre recaída

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Bez explica que na verdade o vício precisa ser entendido como uma compulsão

Reprodução/ @ogustavotubarao
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Gustavo Tubarão

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Fernando Scherer durante entrevista ao Domingo Espetacular

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Fernando Scherer durante entrevista ao Domingo Espetacular

Reprodução/Record

Nesse cenário, movimentos como o “No Fap September” [setembro sem masturbação, em tradução livre], que incentivam a abstinência de masturbação e pornografia durante um mês, ganharam força na internet. Mas afinal, quais os impactos dessa prática para casais e indivíduos?

Reflexão e conexão

Para a terapeuta tântrica Adriana Linhares, especialista em homens, a proposta de campanhas como essa pode abrir caminhos importantes de autoconhecimento.

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“Movimentos como o ‘No Fap September’ trazem reflexões sobre hábitos automáticos ligados à sexualidade. No tantra, entendemos que a energia sexual pode ser direcionada para fortalecer a conexão consigo mesmo e com o parceiro. Quando o casal repensa o excesso de masturbação ou pornografia, abre espaço para mais intimidade, presença e consciência no ato sexual”, afirmou.

Perspectiva psicológica

Especialista em saúde mental, o médico Iago Fernandes lembra que esse fenômeno emerge em um contexto de hiperconectividade e consumo massivo de pornografia.

“Do ponto de vista psicológico e sociológico, movimentos como esse funcionam como convites à reflexão sobre compulsões e relações de poder na vida íntima. Para alguns casais, pode ser uma oportunidade de ‘reset’ na vida sexual”, explicou.

Ele ressaltou, ainda, que a masturbação é saudável quando integrada ao cotidiano de forma equilibrada: “Ela melhora a circulação, reduz o estresse e ajuda no sono. O problema surge quando vira compulsão, substitui vínculos afetivos ou está associada a uso problemático da pornografia”, completou.

Terapia cognitivo-comportamental

Já a psicóloga Mariane Pires Marchetti, especialista em TCC e transtornos de ansiedade, destacou que a abstinência em si não é um objetivo terapêutico.

“O ‘No Fap’ pode gerar reflexões sobre consumo de pornografia e masturbação, mas não é uma regra universal. Para alguns casais, pode fortalecer a parceria. Para outros, pode gerar ansiedade. O mais importante é avaliar se a prática faz sentido para a realidade de cada pessoa ou relacionamento”, analisou.

Masturbação: aliada ou problema?

Para os três especialistas, a masturbação é parte fundamental da saúde sexual, desde que feita sem culpa e em equilíbrio: “É um recurso de autoconhecimento, regulação emocional e fortalecimento da autoestima”, observou Adriana Linhares.

O problema, segundo Mariane, começa quando ela se torna a única forma de lidar com emoções difíceis, como ansiedade ou estresse: “Nesse ponto, deixa de ser saudável e passa a ser um comportamento disfuncional que merece atenção clínica”, esclareceu.

E a pornografia?

Outro ponto de convergência é a crítica ao consumo excessivo de pornografia: “Ela cria expectativas irreais sobre corpos e prazer, distanciando os casais da intimidade real”, pontuou a psicóloga.

Iago Fernandes acrescentou também que o uso exagerado pode levar à dessensibilização sexual e até disfunções como anorgasmia ou perda de interesse pelo parceiro.

Mariane Pires Marchetti complementou: “O problema não é a pornografia em si, mas a forma e a frequência com que é utilizada. Quando vira substituto da vida real, prejudica a autoestima e o vínculo afetivo”, disse.

O limite saudável

Não há um número fixo para definir o “quanto é demais”. Os especialistas são unânimes: o critério é funcional.

“Se a prática não atrapalha a vida social, profissional ou afetiva, e não causa sofrimento, ela é saudável”, resume Iago Fernandes.

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