O grupo de mídia Penske, que publica clássicos entre as revistas americanas como a Rolling Stone (criada em 1967), Billboard e Variety, está processando o Google por suposto “uso indevido de conteúdo jornalístico em resumos criados por inteligência artificial”. A ação foi protocolada na noite de sexta-feira (13/9) no tribunal distrital de Washington.
O recurso usado pelo Google para a produção das sínteses, o “AI Overviews”, é integrado ao buscador e ocupa o topo dos resultados das pesquisas. De acordo com a denúncia, os resumos aparecem em cerca de 20% das buscas que levam aos sites da Penske.
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Segundo a ação, os resumos prejudicaram o tráfego direto para as publicações da Penske, causando uma queda de mais de um terço na receita proveniente de links afiliados desde o fim de 2024. A editora afirma ainda que o Google só exibe os sites da Penske se puder incluir os textos das revistas nas sínteses feitas pela IA. Ou seja, nesse caso, o buscador estaria vinculando a visibilidade da pesquisa ao uso do conteúdo das publicações no resumo.
Jay Penske, CEO do grupo de mídia, afirmou que o Google utiliza seu domínio de mercado, que abrange cerca de 90% das buscas nos EUA, para impor práticas que comprometem a integridade das publicações digitais. “Temos a responsabilidade de lutar pelo futuro do jornalismo”, disse.
Melhor experiência
O Google afirmou que o “AI Overview” melhora a experiência dos usuários e cria novas oportunidades para os sites serem descobertos. Além disso, os cliques originados pelos resumos de IA são de melhor qualidade, porque as pessoas tendem a passar mais tempo nas páginas visitadas.
A Penske, por fim, argumenta que não pode impedir o Google de indexar seus sites sem sofrer prejuízos comerciais relevantes. Mesmo assim, é obrigada a ceder conteúdo para alimentar os resumos com IA. O processo do grupo de mídia pede indenização financeira e o fim da prática de produção de resumos.
Outras publicações também recorreram aos tribunais contra empresas de IA. Os jornais Wall Street Journal e o New York Post processaram a Perplexity. O New York Times moveu ação contra a OpenAI, a dona do ChatGPT, e a Microsoft.