O governo da Rússia reagiu com dureza ao anúncio feito por líderes da chamada “Coalizão dos Dispostos”, que se reuniram em Paris na última quinta-feira (4/9) e manifestaram a intenção de enviar tropas à Ucrânia como garantia de segurança em caso de cessar-fogo. Em declaração à imprensa nesta quarta-feira (10/9), o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov afirmou que os países que apoiaram a medida “não entendem ou não querem entender as terríveis consequências de tais ações imprudentes”.
“Como sempre, há países que assumem uma posição raivosa e que não entendem ou não querem entender as terríveis consequências de tais ações imprudentes“, disse.
Coalizão reúne mais de 30 países
O encontro em Paris contou com a participação de mais de 30 líderes mundiais, incluindo o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e diversos chefes de governo europeus. O objetivo foi discutir os próximos passos para encerrar a guerra entre Rússia e Ucrânia.
Ao lado do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, o francês Emmanuel Macron anunciou que 26 países se comprometeram a fornecer garantias de segurança a Kiev, “seja em papel terrestre, marítimo ou aéreo”.
“Vinte e seis países concordaram em fornecer garantias de segurança à Ucrânia. Acredito que hoje, pela primeira vez em muito tempo, tivemos o primeiro passo concreto”, comemorou Zelensky após as negociações.
O líder russo, Vladimir Putin, já havia reagido à declaração de Macron, declarando que caso isso ocorra, as forças estrangeiras serão tratadas como “alvos legítimos”.
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Durante o encontro, Trump aproveitou para pressionar líderes europeus a suspender a compra de petróleo russo. Segundo uma fonte da Casa Branca, o republicano argumentou que, ao continuar importando combustível de Moscou, a Europa “está financiando a guerra contra a Ucrânia”.
O presidente da Finlândia, Alexander Stubb, confirmou que Trump defendeu sanções econômicas mais duras contra Moscou, incluindo gás natural.
Escalada no conflito
Na madrugada desta quarta-feira (10/9), o governo russo enviou dezenas de drones até o espaço aéreo da Polônia. Com isso, o governo polonês reagiu elevando ao máximo o nível de alerta militar e acionando aeronaves próprias e de países aliados.
O primeiro-ministro polonês, Donald Tusk, confirmou que ao menos três drones russos foram derrubados e que o país registrou 19 violações de seu espaço aéreo.
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