Encontrado morto aos 56 anos na manhã de segunda-feira (8/9), o advogado Luiz Felipe Pereira Cunha foi vítima de um mal súbito. De acordo com familiares, a suspeita é de que a causa da morte tenha sido um infarto fulminante. De forma voluntária, ele defendia diversos réus pelas invasões às sedes dos Três Poderes, além de atuar como um dos advogados do comunicador bolsonarista Oswaldo Eustáquio no Brasil.
Entre os clientes de Cunha no caso do 8 de Janeiro estavam Adalgiza Maria Dourado, de 65 anos, e o lanterneiro Claudinei Pego da Silva, de 45 anos. Nos dois processos, o advogado acionou a Organização dos Estados Americanos (OEA) acusando o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes por supostas violações de direitos humanos.
Advogado Luiz Felipe Cunha com Eduardo Bolsonaro
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Advogado Luiz Felipe Cunha foi vítima de um mal súbito
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Advogado Luiz Felipe Cunha acionou Moraes na OEA
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Adalgiza Dourado teve prisão domiciliar concedida por Moraes em maio. Segundo a defesa, a idosa sofria de ansiedade, depressão e colesterol alto.
Cunha também alegava que Claudinei Pego havia desenvolvido transtorno psíquico grave, perdido mais de 40 quilos em dois anos e meio de prisão e tentado suicídio três vezes no Complexo da Papuda.
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Ambos foram condenados a 16 anos de prisão por associação criminosa, tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e dano ao patrimônio público.
Apoio a Bolsonaro
Especializado nas áreas criminalística e eleitoral, Luiz Felipe Cunha tinha ligação com a família Bolsonaro. Horas antes de ser encontrado morto por familiares, publicou em suas redes sociais uma mensagem de apoio a uma eventual candidatura de Michelle Bolsonaro em 2026.
Ele também vinha acompanhando o julgamento de Jair Bolsonaro e outros sete réus por tentativa de golpe de Estado em 2022, compartilhando trechos das sustentações orais das defesas no STF. Durante sua atuação em favor dos acusados do 8 de Janeiro, chegou a divulgar um vídeo com Eduardo Bolsonaro criticando as penas aplicadas por Moraes.