O 1º Congresso Internacional do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência marca os 20 anos de atuação do Samu no Distrito Federal e reúne trabalhadores do atendimento pré-hospitalar (APH) de todo o país. Com palestras, painéis, estandes e talk shows, o evento ocorre até sexta-feira (19/9), no Teatro Pedro Calmon, em Brasília.
A abertura, nessa quarta-feira (17/9), contou com o discurso de Victor Arimatea, diretor do Samu 192 DF, que destacou “a trajetória de inovação e compromisso” da instituição.
Segundo Arimatea, a ideia do congresso surgiu no ano de 2020, durante a celebração dos 15 anos do Samu. Na época, em razão da pandemia, a comemoração precisou ser adaptada: no modelo drive-in, a programação contou com apresentações de stand-up, do grupo Melhores do Mundo e vídeos projetados para os trabalhadores.
“Desde então, amadurecemos a ideia de fazer algo maior, que fosse realmente um presente aos profissionais”, explicou.
O planejamento inicial do evento tinha programação para receber 800 pessoas, mas a procura foi tamanha que a organização ampliou a capacidade para mais de mil congressistas. De fora do DF, vieram cerca de 800 participantes, de estados como Ceará, Rio de Janeiro, São Paulo, e Santa Catarina.
O público é formado por trabalhadores do Samu, estudantes, residentes de medicina e profissionais ligados ao atendimento pré-hospitalar.
Intuito do congresso
Além das palestras, os congressistas acompanham a apresentação de trabalhos científicos desenvolvidos em diferentes unidades do Samu no Brasil: “no Ceará, foram testados quadriciclos como veículos de resgate. Como em Brasília não temos praia, o transporte não tem eficiência” comentou Arimatea, em tom humorado.
A programação contempla desde transportes inter-hospitalares de pacientes neonatais até protocolos para situações de incidentes com múltiplas vítimas.
Para Arimatea, a diversidade de realidades enriquece as discussões: “Quando você reúne pessoas de diferentes regiões, há troca de boas práticas que deram certo, mas também daquelas que não deram. Esse aprendizado coletivo é fundamental para aprimorar o modelo nacional de atendimento”.
Veja imagens do evento:
O evento conta com dois polos: tenda e teatro
Reprodução/ Victor Arimatea
A tenda de exposição conta com espaços de convivência e estandes de patrocinadores
Reprodução/ Victor Arimatea
Helicóptero adaptado ao resgate de vítimas foi um dos itens expostos
Reprodução/ Victor Arimatea
Ambulâncias comuns, adaptadas e tendas
Reprodução/ Victor Arimatea
O congresso reúne palestras focadas em trabalhadores do atendimento pré-hospitalar (APH) e artigos científicos
Reprodução/ Victor Arimatea
Por que internacional?
O congresso conta com participação remota de representantes – congressistas e palestrantes – da Sociedade Portuguesa e da Sociedade Europeia de Atendimento Pré-Hospitalar
Outro destaque foi a entrega da challenge coin, moeda comemorativa inspirada em uma tradição militar. Cada palestrante recebeu a peça que estampa a ambulância do Samu, helicóptero de resgate e slogan dos 20 anos do serviço.
Eventos de massa e preparação
Diário, mensal e anualmente, o serviço se prepara para grandes eventos como shows, manifestações populares e cerimônias cívicas, como o 7 de Setembro, que movimentam a capital federal: “Brasília tem um calendário cheio e precisamos estar preparados para todo tipo de cenário. Da Esquadrilha da Fumaça a atos políticos, sempre há riscos associados”, afirmou Arimatea.
O diretor comentou que, a depender da época do ano, público frequentador e outros fatores, é possível estimar a quantidade e o direcionamento de atendimentos realizados em cada evento.
No local, estão expostas tendas infláveis que podem ser estruturadas como hospitais de campanha, como a utilizada na Academia de Polícia Federal, após os atos do 8 de janeiro, ambulâncias adaptadas para pessoas com obesidade, helicóptero ajustado para resgate, entre outras viaturas e exemplos do trabalho praticado diariamente.
O congresso contou com apoio da Secretaria de Turismo do DF e de patrocinadores , que tiveram estandes com exposição de artigos ligados à saúde e medicina.
Para o diretor, a expectativa é que o encontro sirva como marco, mas também inspire edições menores e regulares no futuro. “Talvez um evento desse porte a cada cinco anos, mas encontros locais e regionais precisam acontecer sempre”, disse.