O cenário de incertezas sobre o apoio ao projeto de lei da anistia levou a base do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), a contarem votos para derrubar a proposta. Nesta segunda-feira (15/9), foi a vez, também, do líder do PL na Câmara e principal articulador do projeto, Sóstenes Cavalcante (RJ), a recontar o posicionamento dos deputados.
Sóstenes pediu à equipe legislativa para mapear os votos por partido em um documento, ao qual o Metrópoles teve acesso. Na contagem do líder do PL, o projeto teria 282 votos. Para ser aprovado na Câmara, um projeto de lei precisa de maioria simples e um quórum mínimo de 257 deputados.
Como mostrado na última semana, a base do governo passou a apostar na derrota do projeto, no plenário da Casa. A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, tem se reunido com líderes para tentar reduzir o apoio ao projeto que pode beneficiar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Leia também
-
Após Lula receber Motta, Planalto chama líderes para debater anistia
-
Motta enfrenta desafio para alinhar anistia com governo, STF e Senado
-
Por que Tarcísio voltará a articular anistia em Brasília nesta semana
-
Por anistia, líder da oposição encontrará caciques do PP-União
Motta tem se mantido próximo à ala governista nesse processo, já que está sob pressão permanente da oposição e crescente dos líderes do centrão. Segundo articuladores ouvidos pela reportagem, o presidente da Câmara quer encerrar o assunto o mais rápido possível. Motta é resistente ao projeto por entender que contamina o debate legislativo. O mesmo é dito por integrantes do centrão.
O tema voltou a ser discutido nas semanas da fase final do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro na ação da trama golpista. O assunto foi encabeçado pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).
Com a condenação do ex-presidente a 27 anos e 3 meses pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), a oposição deverá aumentar ainda mais a pressão sobre Motta. A reunião de líderes foi convocada para a manhã desta terça-feira (16/9).