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Sindicato dos Bancários faz protesto contra demissões em massa no Itaú

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Sindicato dos Bancários faz protesto contra demissões em massa no Itaú

O Sindicato dos Bancários realiza, na manhã desta quarta-feira (17/9), um protesto em frente ao Centro Empresarial do Itaú no Jabaquara, zona sul de São Paulo, contra a demissão em massa de funcionários ocorrida no último dia 8. Na ocasião, o banco desligou cerca de mil colaboradores alegando “problemas de produtividade” relacionados ao trabalho em home office.

Parte dos demitidos participou do protesto no Centro Empresarial Itaú Conceição (Ceic). Eles foram convocados a se mobilizar por meio de live promovida pelo sindicato esta semana.

O Metrópoles apurou que muitos funcionários não conseguiram entrar no prédio para trabalhar em razão do tumulto no local. Além disso, os manifestantes bloquearam as entradas. Policiais militares monitoram a situação.

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Manifestação em frente ao Centro Empresarial Itaú, no Jabaquara, contra demissões em massa

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Manifestação em frente ao Centro Empresarial Itaú, no Jabaquara, contra demissões em massa

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Manifestação em frente ao Centro Empresarial Itaú, no Jabaquara, contra demissões em massa

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Procurado pela reportagem, o Itaú não se manifestou sobre o protesto. O espaço está aberto para um posicionamento.

Caso ganhou repercussão nas redes sociais

As demissões no Itaú ocorreram no último dia 8. O desligamento em massa logo ganhou as redes sociais. Os posts citavam que os alvos eram funcionários que ligavam seus computadores, mas não trabalhavam regularmente.

Em nota enviada ao Metrópoles, na ocasião, o banco informou que “realiza avaliações de desempenho e alinhamento cultural como parte de sua gestão de pessoas”.

Sobre as demissões, o Itaú acrescentou: “Os desligamentos de hoje (8/9) foram conduzidos de forma criteriosa, considerando diversos aspectos do trabalho e a aderência às necessidades atuais do banco. Essas ações têm como objetivo fortalecer nossa cultura organizacional e a entrega de resultados”.

Falta de “produtividade” no home office

A instituição financeira informou que alguns funcionários em home office, entre os cerca de mil trabalhadores demitidos por “problemas de produtividade”, cumpriam apenas cerca de um quinto da jornada de trabalho.

“O Itaú identificou uma minoria de colaboradores em jornadas de trabalho remoto com baixos níveis de atividade digital, sendo esse um padrão de comportamento e não situações pontuais”, disse o banco. “Alguns desses casos, os mais críticos, chegaram a patamares de 20% de atividade digital no dia – de forma sistemática, ao longo de quatro meses – e ainda assim registraram horas extras naqueles mesmos dias, sem que houvesse causa que justificasse.”

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No comunicado, o banco cita um exemplo que define como “real”. “Em uma área com 316 analistas, de cargos equiparáveis e com média de atividade digital de 72%, enquanto colaboradores desligados apresentavam entre 27 e 37% de atividade digital em quatro meses, além do uso de horas extras”, afirma o texto.

“Em outra estrutura”, acrescenta o Itaú, “com 30 analistas com média de atividade digital de 75%, o colaborador desligado apresentou 39% de atividade, também com horas extras registradas”. A instituição financeira observou que a média geral de atividade digital do banco em home office é de cerca de 75%.

Esse patamar é definido como “adequado” pelo banco, “considerando sazonalidades, horas de intervalo e descanso”. “Assim, os casos identificados denotam desvio do padrão de comportamento em relação à maioria dos colaboradores em regime híbrido, o que resulta em quebra de confiança”, acrescenta a nota. “É por esse motivo que foram desligados alguns colaboradores com boa avaliação de performance.

Sindicato vai à Justiça contra demissões

O Sindicato dos Bancários acionou a Justiça contra as demissões. De acordo com a entidade, os desligamentos teriam ocorrido sem aviso prévio à entidade.

Em comunicado, o Sindicato dos Bancários afirmou que, “além de injustificáveis diante do lucro bilionário do banco – que alcançou mais de R$ 22,6 bilhões apenas no último semestre –, as demissões em massa promovidas pelo Itaú desrespeitam os trabalhadores, a Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) da categoria bancária e a legislação brasileira, que determinam a necessidade de negociação prévia com o movimento sindical em casos como este”.

“Ouvimos os trabalhadores demitidos na plenária realizada nesta quinta-feira (11/9). O Itaú descumpriu regras básicas de proteção ao emprego e desconsiderou a mesa de negociação coletiva. Um banco que lucra bilhões não pode tratar os trabalhadores como números descartáveis”, afirmou o sindicato, na nota.

“Vamos acionar a Justiça para reverter esse ataque e responsabilizar o Itaú por esse desrespeito à lei e à categoria”, completou a entidade.

MPT vai investigar demissões

Além disso, após representação protocolada pela deputada Erika Hilton (PSol), o Ministério Público do Trabalho (MPT) vai investigar as demissões no Itaú. O órgão deu 10 dias para a empresa apresentar documentos, incluindo a lista dos demitidos.

“É absurdo que um banco explore, se aproveite, submeta o trabalhador à exaustão, o demita e depois ainda o difame publicamente. Tudo isso precisa ser investigado”, escreveu Hilton em suas redes sociais.

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