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    Tenente-coronel condenado em caso Naja se aposenta e recebe R$ 648 mil

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    Um tenente-coronel da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) condenado em 1ª instância por fraude processual e corrupção de menores se aposentou e recebeu  R$ 648 mil, dos quais R$ 622 mil são referentes à licença-prêmio.

    Clóvis Eduardo Condi foi condenado por participar do Caso Naja, em que um estudante medicina veterinária picado por uma cobra escancarou um esquema de tráfico internacional de animais exóticos e silvestres, segundo as investigações. Condi era padrasto de Pedro Henrique Krambeck, que criava a cobra de forma ilegal dentro do apartamento da família.

    Em 2023, a 1ª Vara Criminal do Gama condenou Condi à prisão, em regime aberto, mas a pena foi convertida em prestação de serviços comunitários. Tanto a defesa quanto o Ministério Público do DF (MPDFT) recorreram e o caso segue em análise na 2ª instância.

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    O policial e o bombeiro militar pode tirar seis meses de férias a cada 10 anos. Quando o benefício não é usufruído, acaba convertido em dinheiro, que é pago no ato da aposentadoria. Condi foi para a reserva da PMDF – o que equivale à aposentadoria militar – em julho deste ano. Por isso, recebeu R$ 622 mil além do salário. Veja:

    Tenente-coronel condenado em caso Naja se aposenta e recebe R$ 622 mil

    Relembre o caso

    • O caso veio à tona em 7 de julho de 2020, quando uma Naja, que era mantida por Pedro Henrique Krambeck, quase o matou. Então com 22 anos, Pedro Henrique ficou em coma e só sobreviveu porque o Instituto Butantan forneceu soro antiofídico.
    • Posteriormente, a polícia descobriu que ele mantinha a cobra ilegalmente, sem autorização. O jovem chegou a ser preso.
    • As investigações mostraram que Pedro Henrique adquiria, criava em cativeiro e vendia serpentes de diversas espécies, tanto nativas quanto exóticas. Os animais eram comprados de forma ilegal em São Paulo e na Bahia e mantidos no apartamento da família, no Guará, em condições inadequadas.
    • Segundo o MPDFT, Rose Meire, mãe de Pedro, e Condi, então padrasto do menino, eram coniventes com os crimes e participavam ativamente da criação das serpentes e do cuidado com os ovos.

    Veja imagens da Naja que era criada como animal de estimação por Pedro Henrique Krambeck:

    12 imagensEla costuma viver em regiões da África e da ÁsiaA Naja não é uma cobra típica do BrasilZoológico de Brasília fez ensaio fotográfico com cobra que picou estudante Brasil não tem soro para o animalA serpente não é natural de nenhum habitat brasileiroFechar modal.1 de 12

    No Brasil, não há Najas, logo, o soro que combate o veneno desse tipo de serpente é raro

    Material Cedido ao Metrópoles2 de 12

    Ela costuma viver em regiões da África e da Ásia

    Material Cedido ao Metrópoles3 de 12

    A Naja não é uma cobra típica do Brasil

    Foto: Reprodução4 de 12

    Zoológico de Brasília fez ensaio fotográfico com cobra que picou estudante

    Ivan Mattos/Zoológico de Brasília/Reprodução 5 de 12

    Brasil não tem soro para o animal

    Ivan Mattos/Zoológico de Brasília/Reprodução 6 de 12

    A serpente não é natural de nenhum habitat brasileiro

    Ivan Mattos/Zoológico de Brasília/Reprodução 7 de 12

    Ivan Mattos/ Zoológico de Brasília8 de 12

    A Naja foi transferida para o Butantan, em SP

    Ivan Mattos/Zoológico de Brasília/Reprodução 9 de 12

    No Zoo de Brasília, serpente ganhou espaço próprio para sua espécie

    Ivan Mattos/Zoológico de Brasília/Reprodução 10 de 12

    Ivan Mattos/ Zoológico de Brasília11 de 12

    Pedro Krambeck chegou a ser preso pela Polícia Civil do DF

    Rafaela Felicciano/Metrópoles12 de 12

    Na ocasião, ele estava no apartamento onde mora com a mãe e o padrasto, no Guará

    Rafaela Felicciano/Metrópoles

    Caso Naja: entenda como funcionava a rede de tráfico de animais no DF

    Em relação ao pagamento recebido por Condi, o Tribunal de Justiça do DF e Territórios (TJDFT) informou que o processo não transitou em julgado porque foi remetido em grau de recurso para o 2º grau. Sobre uma possível perda do cargo ou exclusão do quadro da PM, o Tribunal afirmou que é preciso procurar informações perante a Corregedoria da PMDF.

    Procurada, a PMDF não se manifestou sobre o assunto. A defesa de Condi também não retornou. O espaço segue aberto.