O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fux afirmou, nesta quarta-feira (10/9), que a quantidade de provas reunidas pela Polícia Federal (PF) sobre o general Mário Fernandes — acusado de ser autor do plano Punhal Verde Amarelo, que previa o assassinato de Lula, Geraldo Alckmin e Alexandre de Moraes — e enviados às defesas de Jair Bolsonaro (PL) e outros sete réus na ação penal da trama golpista, é um “tsunami de dados”. Os arquivos somam cerca de 70 TB (terabytes).
“Salta aos olhos a quantidade de material probatório envolvido. […] Foi no contexto da disponibilidade tardia de um ‘tsunami de dados’ que a defesa alegou cerceamento de defesa. A quantidade chega a 70 terabytes. Fui pesquisar isso e nem acreditei, são bilhões de páginas. E, em menos de 20 dias, foi proferida a decisão com o acesso aos documentos”, declarou o ministro durante voto da uma das preliminares, sobre cerceamento da defesa no processo.
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O magistrado destacou que as pastas e arquivos se encontravam “sem qualquer nomenclatura ou índice que permitissem uma pesquisa”.
A sessão do julgamento desta quarta, que começou às 9h10, deve se estender até as 14h. O placar na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) está 2 a 0 pela condenação dos réus.
Após as preliminares, Fux vota o mérito do processo. Caso siga o relator, Alexandre de Moraes, o STF formará maioria pela condenação dos réus. Nessa terça-feira (9/9), os ministros Moraes e Flávio Dino votaram pela condenação de Bolsonaro e aliados.
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Como mostrou o Metrópoles, em termos de comparação, esse espaço é o suficiente para armazenar 35 milhões de livros digitais, considerando que cada e-book ocupa, em média, 2 MB (megabyte).
Na quarta-feira passada (3/9), durante o segundo dia de julgamento da trama golpista, o advogado Celso Vilardi, um dos defensores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), alegou que a equipe de defesa não teve tempo hábil para analisar as provas referentes ao general Mário Fernandes, que atuou como secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência.
A análise seria essencial, apontou o advogado, já que de acordo com as investigações da PF, o ex-presidente tinha “pleno conhecimento” do plano.
“Eu não conheço a íntegra desse processo. O conjunto da prova, eu não conheço. São bilhões de documentos, em uma instrução de menos de 15 dias, seguida por um interrogatório. A instrução começou em maio, e nós estamos em setembro: 15 dias de prazo para o Ministério Público, 15 dias de prazo para a defesa”, reclamou.