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    Tylenol e autismo: saiba se existe relação entre remédio e transtorno

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    Sem qualquer comprovação científica, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta segunda (22/9) que o consumo de Tylenol (paracetamol) por gestantes pode causar autismo nas crianças. Segundo ele, o FDA, a Anvisa dos EUA, recomendará aos médicos que aconselhem as grávidas a não usar o remédio a não ser que seja “clinicamente necessário”.

    As pesquisas que tentaram investigar uma ligação entre o paracetamol e o autismo até hoje foram consideradas inconclusivas. Mesmo quando foi observada uma relação, não é possível comprovar que o medicamento causou o desenvolvimento do transtorno — o uso do analgésico pode indicar, por exemplo, que a mãe tem algum problema de saúde e precisou tomar remédio.

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    O entendimento da comunidade científica hoje é que o transtorno é causado por uma gama de fatores genéticos e ambientais que, juntos, são responsáveis pelos sintomas.

    O paracetamol é considerado um medicamento seguro para gestantes e, inclusive, é o analgésico mais recomendado para uso durante a gravidez. Doses altas não são recomendadas pelo risco de problemas no fígado. Em nota, a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) reforça que não há evidências conclusivas que vinculem o remédio ao transtorno.

    “Alguns estudos mostram associações estatísticas, mas sem comprovar relação de causa e efeito, e pesquisas mais robustas não confirmam aumento significativo do risco. É importante destacar que o paracetamol, quando usado de forma responsável, sob orientação médica, continua sendo considerado seguro, e que tratar febre e dor na gravidez é fundamental para a saúde da mãe e do bebê”, diz o texto assinado pelo diretor científico da entidade, Agnaldo Lopes da Silva Filho.

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